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«Pessoalmente, gostaria que as mulheres parassem de contar a vida delas, que ser escritor não fosse uma obsessão nacional e que se tornasse mais difícil publicar.»
Tereza Coelho, editora das Publicações Dom Quixote e do escritor António Lobo Antunes, morreu.
Ex-jornalista, considerada uma das melhores da sua geração, trabalhou no semanário “Expresso”. Foi a primeira directora da revista “Elle” e integrou a equipa que fundou o PÚBLICO. Saiu depois para o “Independente”, para ser directora da revista “Livros”, distribuída com este semanário (que mais tarde passou a ser vendida em banca como “Os Meus Livros”).
Tereza Coelho nasceu a 2 de Março de 1959, em Quelimane, em Moçambique, e veio para Portugal aos 14 anos. Viveu na Figueira da Foz e mais tarde veio estudar para Lisboa, onde se licenciou em Línguas e Literatura, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Abandonou a longa carreira de jornalista e de crítica literária e foi trabalhar com Zita Seabra na editora Bertrand. Mais tarde mudou-se para as Publicações Dom Quixote, onde se dedicava a editar António Lobo Antunes e outros escritores portugueses, como Mário Cláudio. Nesta editora publicou o polémico livro “Eu, Carolina”, de Carolina Salgado.
Foi também tradutora de várias obras da escritora Marguerite Duras, de quem era amiga. É autora dos livros “António Lobo Antunes – Fotobiografia” (Publicações Dom Quixote, 2004), “A Sexualidade Traída” que escreveu em conjunto com Francisco Allen Gomes (Âmbar) e “Moda em Portugal nos Últimos 30 anos” (edições Rolim) e “Tentação” (Publicações Europa-América) – a adaptação do guião do filme “Tentação”, de Joaquim Leitão, para novela a pedido do produtor Tino Navarro.
Tereza Coelho foi casada com o professor Eduardo Prado Coelho, de quem se divorciou. Era casada com o escritor e jornalista Rui Cardoso Martins, com quem teve dois filhos.
Com Rui Cardoso Martins escreveu o argumento para uma longa-metragem, que está actualmente em rodagem, com realização de João Mário Grilo.