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PROGRAMAÇÃO / PROGRAMS | 7 workshops in the AVANCA'09 | |||
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O barbeiro repimpado na sua poltrona de Domingo à noite observa uma reposição, diz-se no anúncio, de um programa da
SICcom a
Teresa Guilhermee um merceeiro nortenho.
A coisa roda à volta da verdade e de um polígrafo, não é pornográfico no sentido próprio da palavra e só não é imoral porque quem se decide a participar fá-lo com inteira liberdade em troca de dinheiro, o mesmo conceito de moralidade que qualquer prostituta livre tem.
O único problema, dado o que ficou escrito antes, é que estamos em canal de sinal aberto, portanto acessível a todas as idades e a crueldade da verdade e o gozo dos mirones não parece ser grande lição de vida para quem ainda está em formação.
Os psicólogos saberão explicar melhor mas, e longe de querer ser moralista, parece haver aqui algo de muito perverso. No jogo da
Verdade ou Consequênciaa liberdade de mentir era um bem adquirido. Neste negócio essa liberdade não existe porque qualquer mentira serve sempre para denunciar a verdade.
Vai ser um
real-showde sucesso, não duvido. É disto que mais se gosta.
As televisões massacram-nos com as peripécias da preparação da selecção portuguesa de futebol para o Campeonato da Europa que começa este mês na Suíça e na Aústria.
Mostram-nos, como se todos nós quisessemos assumir o papel de voyeurs, as grandiosas, magnânimas e interessantes vidas públicas e privadas dos intervenientes no espectáculo.
Ao pegar, por acaso, no livro de João Aguiar, "O navegador Solitário", abri, também por acaso, o livro na página 128 que tem o seguinte parágrafo:
(...) "O futebol, explica a Teresa, transformou-se na via pela qual a democracia e a própria sociedade de desagregam. A democracia embruteceu-se em demagogia, com os políticos a fazer públicas masturbações ao desporto-rei (palavras textuais de Teresa), com a agravante de nesse contexto se escrever desporto sem aspas, o que é um logro porque o futebol há muito que se transformou em espectáculo de massas, ritual para extravasar frustrações e concelebração de violência - o futebol é tudo isso mas não é desporto. E os políticos vergam-se e quem nos governa são afinal os dirigentes dos grandes "clubes" que também precisam de aspas porque deixaram de o ser para se tornarem seitas, dotadas até dos seus bandos de fanáticos e cujo objectivo é o poder e o dinheiro.''