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#3292 - EM LOUVOR DO VENTO

POEMA DE RUY

por Carlos Pereira \foleirices, em 19.06.23

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EM LOUVOR DO TEMPO 

 

Às vezes talvez uma simples dor no dedo mínimo de um pé ou o brilho nos olhos de uma mulher

que passa e passa decididamente decerto para sempre e sinto ser possivelmente essa mão

inconfundível devido a uma determinada pressão no ombro desde sempre esperada

sim talvez essa dor ou esse brilho ou esse brilho e essa dor simultaneamente

distraem-me do vento que roda lá fora que roda loucamente lá fora que roda como se rodar fosse para ele uma verdadeira maneira de ser que roda envergando todas as suas vestes de inúmeras peças tufadas compridas e transparentes

e ascende das areias invariavelmente passivas da praia humilde feminina sensível às constantes embaixadas envolventes do mar até às pedras altas do velho forte altas e altivas no cimo dasua altura e da sua idade

na forma de um vulto esguio redondo e rodopiante de pinheiro ou simples ampulheta ou clepsidra

O vento a essas horas incertas perdidas da noite quando a obscuridade desde há tanto que mais parece desde sempre cobriu com o seu manto todas as coisas designadamente os compridos corpos humanos 

e abafou os miúdos inumeráveis ruídos que costumam acompanhar a luminosidade cega do dia

entoa então por vezes nas árvores e nas casas e  em coisas como os arames e as mais variadas saliências da terra

o seu canto levíssemo levitante vagamente triste cortante mais cortante mesmo

que a faca cujo gume acaba de sair das múltiplas mãos dos móveis amoladores

um canto que faz lembrar o uivo de certos animais feridos talvez na raiz  da sua sensibilidade

ou a súbita irrupção dos primeiros violinos numa sala abafada pelo

veludo das cadeiras ou as peles das senhoras da alta sociedade

um canto próprio inconfundível decerto inolvidável para quem uma noite o ouviu

dificilmente dicionarizável porque a essas horas  os académicos dormem

sonhando talvez com o discurso de ingresso de um novo membro na academia

e o vento é de uma sociabilidade altamente duvidosa e canta canta nas dobras da noite

Eu estou deitado e então sinto a ponta das pés nos lençóis recém-mudados

sinto como mais uma parte do meu corpo os próprios lençóis

e imediatamente faço calar o coro que na rádio canta o messias de haendel

e abre assim um espaço que não é o do meu quarto mas sim o da catedral

de toledo aconchegada na penumbra de certas tardes dos fins de maio

O vento vem na sua suavíssima voz e toda a gente morre de súbito para mim

os cuidados deitados talvez comigo desaparecem inspiro profundamente

e sinto-me tão bem que até me parece penoso dizer que me sinto tão bem

não vá eu deixar porventura de me sentir assim tão bem não vá o vento calar-se

Deve haver algures no meu corpo um lugar expressamente reservado para a voz do vento

uma cavidade qualquer assim como as salas dos aeroportos destinadas às pessoas muito importantes

mas esta minha só para o vento a única pessoa muito importante agora para mim

As ramadas das árvores agora sim agora devem viver

agora devem manifestar vivamente que vivem

haverá talhadas  luminosas e brancas na crista das inúmeras ondas do mar da baía

e eu oiço completamente o vento e ouvir o vento é suficiente para me sentir vivo

para  sentir as amplas asas da paz abertas no peito no leve leque das suas penas

Desvaneceram-se decididamente na vasta sede da noite

as rápidas mulheres munidas de imensos pés que sem reserva amei

jamais imprimi palavra alguam nas páginas brancas do papel tão brancas e  sucessivas como dias

não tenho passado nem coisas quaisquer a fazer acabo até agora mesmo de nascer 

Neste momento sou apenas sou pelo menos desde os pés da cama até  aqui à cabeceira a voz vasta do vento

e a minha cama range como quando pomos os pés nesses velhos sobrados  onde se deixa grelando a batata entre

cresce  o ritmo da minha respiração o pulso bate-me cada vez mais apressadamente 

volto-me vagamente vagarosamente mais ou menos lá para donde pressinto que o vento vem

é possível que morra de um momento para o outro quando menos espere

e a cabeça me fique a baloiçar ao vento de um lado para o outro primeiro

de parede para parede do quarto depois lá fora entre leste e oeste

Há um vento impetuosamente solto na noite da minha vida um vento

 mais louco do que mulheres esbeltas e lentas nos seus longos cabelos

e sinto que as pontas dos pés me chegam mais longe cada vez mais longe

e não leio na agenda nenhumas horas marcadas nem sei de locais de encontro o leve sabor amargo

não necessito tomar o metro pedir gim tónico que vá bebendo gole

a gole no bar desertió pensando talvez que ali esteve um dia hemingway esperando talvez como eu

saboreando o leve sabor amargo do gim desfazendo o limão vendo as cortinas esvoaçar ao vnto

O vento vibra na sus voz de vento alarga aos quatro cantos

aos inumeráveis recantoa da noite as espirais translúcidas do seu vulto

infunde uma vida irritante saltitante e irrequieta em coisas

como latas amolgadas e enferrujadas precisamente nas partes amolgadas

como madeiras apodrecidas pelo salitre e pela chuva como portinholas desengonçadas 

o vento sopra na areia enverga as vestes cheias de folhos e dobras

da areia possivelmente para ter um mínimo de corpo e tornar-se visível

e bailar rodopiando no largo à volta do vulto do cruzeiro

e caminhar caminhar cada vez mais caminhar cada vez a passos mais largos

e proceder à sistemática ocupação dos mais recônditos recantos da terra

Vejo vislumbro através da janela levemente entreaberta

que o vento circula a muitos quilómetros por hora na estreita estrada

que o vento enche preenche o espaço arenoso indeciso e nublado entre estas poucas casas sonâmbulas

que passa a mão inquieta de muitos dedos abertos e dispersos e diluídos

primeiro aqui pela aldeia depois possivelmente por toda a terra

e não tardará talvez a elevar vales a aplanar muitos dos montes

num trabalho perseverante  e esgotante e esgotante que são joão baptista e cristo

aliás ocupados com outras coisas se devem ter visto  imporentes para levar a cabo

E eu aqui sem nenhuma memória abandonado até por estas paredes ainda há pouco à minha volta

apenas dispondo deste resto de corpo onde o vento pode à vontade

vibrar quanto quiser até quando quiser e assim vibrando

demonstrar que existe que vive e dizer eu sou o vento e nasci em tantos

do tal em tal sítio e a sua afirmação valer como um bilhete de identidade

Creio que morreria se não pressentisse não sei bem como

mas através de um latejo levemente diferente do coração

que o vento já tão irrequieto esta noite ficaria talvez triste

por ver desaparecer não um dos poucos amigos e admiradores veneradores

atentos e obrigados que talvez sinceramente tenha

não um espectador interessado do longo e variado festival que nestes momentos apresenta

mas uma coisa mais um obstáculo mais a demolir e a vencer

Tenho oito cadeiras trabalhosamente entrelaçadas no distante vime da juventude

quando pelas tardes de calma e calor  me banhava na vala junto ao moinho

e os vimes os mais ginasticados emissários da vegetação das margens

cortavam em tiras  a sombra que poisava ao de leve na água

tenho essas oito cadeiras disponho-as em fila com a seca solenidade de um cerimonial

e rígido e digno na minha estatura liberta enfim das volumosas volutas de barbitúricos

aguardo cheio de calma que o vento se sente multiplicadamente nas oito cadeiras que tenho

na casa caída e térrea que tenho na vida minuciosa e diária que tenho

Talvez o vento levante a voz aumente ainda mais de volume

convoque ventos de outros espaços e sopre na força irresistível da tempestade

e venha violentamente até mim e varra da minha casa

e varra da minha vida tudo absolutamente tudo o que não seja o vento

e sejam talvez coisas planas e chatas e domésticas e imensamente

miúdas e não disponham desta voz côncava do vento

Há nuvens negras que se deslocam apressadamente para o sul

há filas de canas que oscilam e fazem ao vento a elegante reverência da vassalagem

ou pelo menos da boa educação tudo se anima vibra soa na noite

O vento vai vencendo obstáculos dispõe cada vez de maior espaço

anexa pela violência territórios que ainda há pouconnlhe opunham certa resistência

ensaia agora agora a sua vastíssima valsa na ampla sala da noite

canta uiva produz esse inimitável som impossível de procurar nas páinas dos dicionários

afina a voz para as mais agudas notas do seu canto dilacerador e íntimo

Virá o dia muitos corpos afastarão finalmente da fronte os últmos véus do sono

muitos olhos procurarão a luz sentirei mais minhas as pontas dos pés

o canto quezilento e quebradiço dos pássaros no pátio nas árvores nos beirais

disputrá o lugar à voz do vento nos meus ouvidos

Voltarão primeiro um por um depois em bandos os cuidados

as pontas dos cabelos compridos de mulheres jovens entrar-me-ão para a boca

mas é provável é mesmo muito provável que algures nalguma parte profunda e perdida do meu corpo

continur vazia arejada e arrumada com o pó limpo uma sala

exclusivamente reservada à única pessoa verdadeiramente importante

até que um dia eu para sempre me veja disperso no vento e não passe

talvez de um secundaríssemo instrumento na complexa e simples orquestra do vento

 

POEMA DE RUY BELO QUE INTEGRA "TODA A TERRA", EDIÇÃO ASSÍRIO & ALVIM, FEVEREIRO 2003, E PREFÁCIO DE LUÍS ADRIANO CARLOS

 

 

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        

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publicado às 15:18


#3256 - LIVROS E LEITURAS

por Carlos Pereira \foleirices, em 04.01.23

RICHARD ZIMLER

"Corre o ano de 1671 e Isaaque Zarco, um rapaz de nove anos, leva uma existência tranquila na pacata aldeia de Castelo Rodrigo. No entanto, nem mesmo esse recanto perdido no Norte de Portugal escapa à sombra de uma força nefasta poderosíssima, que alastra, insidiosa,  no peito de uma população até então pacífica. E, em pouco tempo, com o desaparecimento misterioso de uma família amiga e o assassinato de um vizinho, os pilares que haviam sustentado o mundo de Isaaque começam a ruir, pondo em rtisco a sua própria vida. A avó Flor, velha parteira e curandeira castelhana, revela-lhe então o  que ninguém se atrevera a dizer: que ele e a sua família são afinal judeus secretos - e, por conseguinte, sujeitos a denúncias e aprisionamentos.

 

Retomando a família Zarco, num romance comovente e arrebatador, dividido em dois volumes, Richard Zimler explora os efeitos devastadores da intolerância religiosa na aldeia de Castelo Rodrigo e povoações adjacentes. Recorrendo a nomes reais, datas de prisão e outros detalhes sobre os aldeãos que foram levados pela Inquisição, apresenta ao leitor um trabalho de pesquisa exaustivo, que faz  desta obra um romance magistral e um testemunho inigualável."

 

Texto contido na contracapa do livro "A Aldeia das Almas Desaparecidas - A Floresta do Avesso, Parte 1, Edição Porto Editora, Outubro de 2022

 

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BIOGRAFIA DE RICHARD ZIMLER

Richard Zimler nasceu em 1956. Fez um bacharelato em religião comparada na Duke University (1977) e um mestrado em jornalismo na Stanford University (1982). Trabalhou como jornalista durante oito anos, principalmente na região de S. Francisco. Em 1990, foi viver para o Porto, onde foi professor de jornalismo durante 16 anos, primeiro na Escola Superior de Jornalismo e depois na Universidade do Porto. Nos últimos 26 anos, publicou 13 romances, uma colectânea de contos e seis livros infantis, que depressa entraram nas listas de bestsellers de vários países (Portugal, Brasil, EUA, Inglaterra, Itália, etc...). A sua obra encontra-se traduzida para 23 línguas. Escreve os romances em inglês e os livros infantis em português.

Os seus livros editados em Portugal – por ordem cronológica – são: O Último Cabalista de Lisboa, Trevas de Luz, Meia-Noite ou o Princípio do Mundo, Goa ou o Guardião da Aurora, À Procura de Sana, A Sétima Porta, Confundir a Cidade com o Mar (colectânea de contos), Dança Quando Chegares ao fim (livro para crianças), Os Anagramas de Varsóvia, Ilha Teresa, Hugo e Eu e as Mangas de Marte (livro para crianças), A Sentinela, Se Eu Fosse (livro para crianças), O Evangelho Segundo Lázaro, O Cão Que Comia a Chuva (livro para crianças), Maria e Danilo e o Mágico Perdido (livro para crianças), Os Dez Espelhos de Benjamin Zarco, Insubmissos, A Aldeia das Almas Desaparecidas (Parte 1) e A Cegonha Sem Vergonha (livro para crianças).

Vários livros seus fazem parte do Plano Nacional de Leitura, incluindo Dança Quando Chegares ao Fim, Se Eu Fosse, O Último Cabalista de Lisboa, Insubmissos, Na Terra dos Animais Falantes e O Cão que Comia a Chuva.

Zimler já ganhou diversos prémios, incluindo o National Endowment of the Arts Fellowship in Fiction (EUA) em 1994 e o Prémio Herodotus (EUA) para o melhor romance histórico em 1998. O prémio literário Alberto Benveniste 2009 foi atribuído a Zimler pela obra Goa ou o Guardião da Aurora. O prémio foi criado para galardoar um romance (publicado em francês) que se enquadra no programa do Centro Alberto Benveniste (Estudos Judeus-Sefarditas). Os Anagramas de Varsóvia foi nomeado o Melhor Livro de 2009 pela revista LER e também pelos alunos das escolas secundárias de Portugal (Prémio Marquês de Ouro). O Evangelho Segundo Lázaro foi nomeado um dos melhores romances do ano pelas livrarias FNAC e Bertrand. Cinco dos seus romances foram nomeados para o Dublin International Literary Prize, um dos mais importantes do mundo anglo-saxónico.

Zimler também organizou uma antologia de contos para beneficiar Save the Children e os seus programas (no caso de Portugal, para beneficiar os programas nos PALOP). A versão portuguesa inclui contos de Richard Zimler, Mia Couto, Lídia Jorge, Margaret Atwood, Nadine Gordimer, Ali Smith, Markus Zusak, Junot Díaz e 20 outros ficcionistas. Já proferiu mais de 500 conferências sobre a sua escrita e a cultura judaica, em escolas, museus, bibliotecas, livrarias, sinagogas e auditórios públicos em mais do que 15 países, incluindo os EUA, Inglaterra, Austrália, Portugal, França e Brasil.

Em 2009, Zimler escreveu o guião para O Espelho Lento, uma curta-metragem baseada num dos seus contos. O filme foi realizado no verão de 2009 pela realizadora sueca-portuguesa Solveig Nordlund e venceu o prémio de melhor filme dramático no Festival de Curtas-Metragens de Nova Iorque em Maio de 2010.

 

Biografia retirada do "site" de Richard Zimler

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publicado às 20:07


#3240 - 98

POEMA DE ANTÓNIO CABRITA

por Carlos Pereira \foleirices, em 25.11.22

98

 

Como querer viver sem estar ferido,

meu amor? O falcão e a rola

desprendem-se da mesma nuvem,

de um mesmo sono sem cuidados.

 

Como estar vivo e não me engastar

No medo relativo? Heitor

é o estado que acrescentei ao nome,

a telha que faltava ao céu azul,

 

as tuas três sílabas de argila

com que a água escora o vento

e o hálito aclara a alusão:

presença de si mesmo desvendada

 

Poema de António Cabrita in "Tristia," Porto Eitora, 2021.

 

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BIOGRAFIA

António Cabrita (1959) tem vinte e tal livros publicados, em Portugal, Brasil (três livros de ficção) e Moçambique (livros de fábulas, poesia e ensaio). Foi jornalista durante 23 anos e editor (Fim de Século e Íman Edições). Em 2005 emigrou para Moçambique onde, neste momento, é professor de Dramaturgia e cronista no semanário Savana. Tem também uma coluna no jornal Hoje Macau. Escreveu inúmeros filmes. De entre os seus livros destacam-se: Inferno, 2001, três guiões sobre Camilo Castelo Branco, escritos em parceria com Maria Velho da Costa, Bagagem não ReclamadaAnatomia Comparada dos Animais Selvagens (Prémio PEN Clube 2018), e a Kodak faliu. também Dick, o cão da minha infância, 2020, poesia; e A Maldição de Ondina, 2013 (finalista do Prémio Literário Casino da Póvoa - C. M. Póvoa de Varzim 2013), Éter, 2015 (finalista do Prémio PEN Clube 2016), A Paixão segundo João de Deus, 2019, e Fotografar contra a luz, 2020, romances. Como tradutor, realça-se a sua antologia de poesia hispânica, As Causas Perdidas, 2020.
 
FONTE: 

PORTO EDITORA

 

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publicado às 20:35


#3146 - LIVROS ("TROPEL" - O NOVO ROMANCE DE MANUEL JORGE MARMELO)

por Carlos Pereira \foleirices, em 24.11.20

TROPEL
ISBN: 978-972-0-03181-5
Edição/reimpressão: 09-2020
Editor: Porto Editora
Código: 03181
 
Idioma: Português
Dimensões: 152 x 235 x 15 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 152
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > Literatura > Romance
 

SINOPSE

Fica o leitor advertido de que esta ficção é completamente alheia à realidade. Tudo nela é falso, desconcertante, fictício e quase nada verídico. A viagem que aqui se empreende ao âmago da pungente metáfora que anima o Clube dos Caçadores de Székely é, todavia, inspirada em factos absolutamente reais.
Atanas Viktor, o desamparado adolescente herdeiro de uma longa linhagem de caçadores impiedosos, é a personagem central desta incursão a um tempo de ódio e de uma história apartada do mundo, marginal e contada a partir de um lugar ermo, espantoso e medonho que só existe na literatura — mas cada vez mais próximo da soleira da nossa porta.
 

PORTO EDITORA

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publicado às 09:22


#3121 - O NOVO LIVRO DE MÁRIO DE CARVALHO

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.08.20

Porto Editora lança Epítome de pecados e tentações, o novo livro de Mário de Carvalho. Numa prosa depurada, aquela que é uma das vozes mais importantes da nossa literatura contemporânea regressa à novela e ao conto, assinando um livro de pecados que pedem total absolvição.


Fascínios, inquietações e sobressaltos nas relações entre homens e mulheres. Como elas veem os homens. Como eles tantas vezes, as mais das vezes, se enganam. Os amores juvenis e os amores tardios. As tentações a pedirem transgressão e os pecados, veniais, sempre à espreita por entre olhares que se adivinham e jogos que se desvendam. Tudo isto e muito mais pode ser encontrado ao longo destas páginas.

«Passada a festa, esquece-se o santo!»
Mário de Carvalho

SOBRE O AUTOR

Nasceu em Lisboa em 1944. Licenciou-se em Direito e viu o serviço militar interrompido pela prisão. Desde muito cedo ligado aos meios da resistência contra o salazarismo, foi condenado a dois anos de cadeia, tendo de se exilar após cumprir a maior parte da pena. Depois da Revolução dos Cravos, em que se envolveu intensamente, exerceu advocacia em Lisboa. O seu primeiro livro, Contos da Sétima Esfera, causou surpresa pelo inesperado da abordagem ficcional e pela peculiar atmosfera, entre o maravilhoso e o fantástico.
Desde então, tem praticado diversos géneros literários – Romance, Novela, Conto, Ensaio e Teatro –, percorrendo várias épocas e ambientes, sempre em edições sucessivas. Utiliza uma multiforme mudança de registos, que tanto pode moldar uma narrativa histórica como um romance de atualidade; um tema dolente e sombrio como uma sátira viva e certeira; uma escrita cadenciada e medida como a pulsão de uma prosa endiabrada e surpreendente.
Nas diversas modalidades de Romance, Conto e Teatro, foram-lhe atribuídos os prémios literários mais prestigiados (designadamente os Grandes Prémios de Romance e Novela, Conto e Teatro da APE, prémios do Pen Clube Português e o prémio internacional Pégaso de Literatura). Em junho deste ano foi distinguido com o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, da Associação Portuguesa de Escritores, pela obra O que ouvi na barrica das maçãs.
Os seus livros encontram-se traduzidos em várias línguas. Obras como Os Alferes, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde, O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel, A Liberdade de Pátio ou Ronda das Mil Belas em Frol são a comprovação dessa extrema versatilidade.

NOTÍCIA RETIRADA DO SITE DA PORTO EDITORA

 

 

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publicado às 09:24


#3063 - O NOVO LIVRO DE FRANCISCO JOSÉ VIEGAS (A LUZ DE PEQUIM)

por Carlos Pereira \foleirices, em 15.11.19

A LUZ DE PEQUIM

 

BIOGRAFIA

Francisco José Viegas nasceu em 1962. Professor, jornalista e editor, é responsável pela revista Ler e foi também diretor da revista Grande Reportagem e da Casa Fernando Pessoa. De junho de 2011 a outubro de 2012 exerceu o cargo de Secretário de Estado da Cultura. Colaborou em vários jornais e revistas, e foi autor de vários programas na rádio (TSF e Antena Um) e televisão (Livro AbertoEscrita em DiaLer para CrerPrimeira PáginaAvenida BrasilPrazeresUm Café no MajesticA Torto e a DireitoNada de Cultura). Da sua obra destacam-se livros de poesia (Metade da VidaO Puro e o ImpuroSe Me Comovesse o Amor) e os romances Regresso por um RioCrime em Ponta DelgadaMorte no EstádioAs Duas Águas do MarUm Céu Demasiado AzulUm Crime na ExposiçãoUm Crime CapitalLourenço MarquesLonge de Manaus (Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2005), O Mar em CasablancaO Colecionador de Erva e A Poeira que Cai sobre a Terra e Outras Histórias de Jaime Ramos.
 
FONTE: PORTO EDITORA

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publicado às 22:33


#3007 - LEONARDO PADURA

por Carlos Pereira \foleirices, em 15.06.19

 

A TRANSPARÊNCIA DO TEMPO

 
 

BIOGRAFIA

Leonardo Padura nasceu em Havana, em 1955. Licenciado em Filologia, trabalhou como guionista, jornalista e crítico, tornando-se sobretudo conhecido pela série de romances policiais protagonizados pelo detetive Mario Conde, traduzidos para inúmeras línguas e vencedores de prestigiosos prémios literários, como o Prémio Café Gijón 1995, o Prémio Hammett em 1997, 1998 e 2005, o Prémio do Livro Insular 2000, em França, ou o Brigada 21 para o melhor romance do ano, além de vários prémios da crítica em Cuba e do Prémio Nacional de Romance em 1993. Em 2012 recebeu, também em Cuba, o Prémio Nacional de Literatura pelo conjunto da sua obra.
 
FONTE: PORTO EDITORA
 
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"A velhice nunca é boa. É feia, dolorosa, limitante. E impõe uma reflexão: será que tudo o que se fez teve algum sentido?" - Leonardo Padura

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publicado às 11:19


#2990 - LIVROS E LEITURAS

por Carlos Pereira \foleirices, em 17.04.19

MÁRIO DE CARVALHO

O QUE EU OUVI NA BARRICA DAS MAÇÃS
ISBN:978-972-0-03169-3
Edição/reimpressão:03-2019
Editor:Porto Editora
Código:03169
Coleção:Obras de Mário de Carvalho
Idioma:Português
Dimensões:142 x 210 x 20 mm
Encadernação:Capa mole
Páginas:256
Tipo de Produto:Livro
 
 

SINOPSE

Reconhecido como um dos mais importantes escritores portugueses da actualidade, a sua faceta de cronista passou despercebida à maior parte dos leitores; daí esta selecção das suas melhores crónicas publicadas nas décadas de oitenta e noventa do século passado no Público e no Jornal de Letras. Delas emergem o ficcionista, o cidadão, o comunicador e o memorialista, em textos que alguns diriam proféticos e, nas palavras de Francisco Belard: «testemunhos de um largo campo de assuntos, abordagens, dimensões e estilos, através de eras e lugares, sinais de um escritor que declaradamente prefere viajar no discurso e decurso do tempo e do espaço doméstico a fazê-lo em itinerários geográficos, programados e turísticos. Por tudo isto […], os leitores dos romances o vão reencontrar em mudáveis cenários e perspectivas, de outros pontos de vista, na familiaridade e na estranheza diante do seu mundo, que faz nosso.»
 
 

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publicado às 23:52


#2931 - PRÉMIO LITERÁRIO FERNANDO NAMORA 2018

por Carlos Pereira \foleirices, em 07.12.18

Carlos Vale Ferraz foi o vencedor do Prémio Literário Fernando Namora 2018 com o romance "A Última Viúva de África"

 

Um dos mais importantes romances sobre a guerra colonial

2018-05-10 / Nó Cego, de Carlos Vale Ferraz, com nova edição a 17 de maio.

Carlos Vale Ferraz lança A Última Viúva de África

2017-09-12 / A partir da história real de uma mulher portuguesa que não quis abandonar a sua nova pátria, o autor procura compreender as linhas do processo de descolonização africano.

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publicado às 11:02

 HERBERTO HELDER

 

A Porto Editora vai editar, em Março, "Em Minúsculas", obra de Herberto Helder que reúne as crónicas e reportagens feitas pelo poeta em Angola entre Abril de 1971 e Junho de 1972.

 

Este livro resulta da investigação, transcrição, revisão e selecção de textos feita por Daniel Oliveira, filho de Herberto Helder, Diana Pimentel e Raquel Gonçalves.

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publicado às 19:26


#2711 - CATÁLOGO BOTÂNICO DA PRIMAVERA

por Carlos Pereira \foleirices, em 10.12.17

FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO

 

CATÁLOGO BOTÂNICO DA PRIMAVERA

 

Principia a estação, com o seu ruído

feito de sons de pássaros, que eu decifro.

Mais difícil sinal são as cores várias,

que despontam cada dia e eu vejo,

ano após ano, iguais e singulares.

Primeiro, um pouco além, o lírio roxo,

que me traz consigo a criança viva

que o colheu e, tal como a um barco

o fez singrar, só, roxo, macerado,

na água que descia por um rego.

Um lírio com a mão que o cortara

já decepada e presa ao passado,

sem o seu corpo. Vejo as três pétalas

assim a confundir-se com os três dedos,

como se as nossas mãos por vezes vivessem

mais do que os passados corpos.

Depois, foi esta a manhã das camélias

brancas, cravadas com dureza em rostos,

que, ainda de olhos fechados, tocam

as corolas em busca do seu cheiro.

São camélias mortais, e ainda atraem

a face dos mortos, que algum dia

as bafejaram com o seu hálito próximo.

Manchas brancas de círculos informes,

cada círculo contendo outro círculo.

E, no centro de cada rosto, apenas,

em cada Primavera, duram os olhos.

 

Já caem as glicínias, de alto, sobre

o esplendor do crânio ou do cabelo.

São cachos também roxos, em manhãs

de assombro, por cada dia mais

trazer um diverso cacho pendente.

Misturam-se com a cabeleira antiga

estes cachos de glicínias de hoje.

Mas são absolutos, novos, singulares

os momentos com a sua luz e cor,

os seus insectos e as suas sombras.

Alguém, que os colhera os fez prender

entre cabelos fecundos, de orelhas,

adornos para os filhos da Terra.

Estão, depois dos lírios e das camélias,

para salvar, em cada dia novo,

o viço dos cabelos, mais eternos

do que a já sepultada carne. Carne

de alguém que tinha um nome seu e que

se oferecia, com deleite, ao Tempo.

Só pode ter sido a de parentes, dúbios

cohabitantes do ser que relata

esta actual Primavera, com saudade.

A Primavera, que me surpreende

somente por estar a ser olhada.

 

Se aquela rosa rubra, na manhã

em que surgiu, logo fosse ignorada,

eu não estaria aqui neste papel,

dando-me inteira à nova Primavera.

Recebo-a, olho-a como um visitante,

aliás porque, na sua latada,

ela está perto do meu sólio. Rosa

de repente vista, primeira rosa

na natural frescura. E, também,

o vento lhe tocou, e já a abrem

aquelas mãos que haviam sabido

lançar barcos de pétalas aqui.

Junto da rosa só cabe esta boca,

pronta a beijar com amor as suas línguas

ou a beber a linfa que é da abelha.

Havia uma boca assim, sem a face,

a respirar ao ritmo dessa rosa,

que hoje nasceu fadada para ser

a sempre minha, única, igual.

A cor da rosa mostra-me o lugar

daquela boca, e eu quero sentir-me

aqui e ali. Pois vejo-te, rosa,

e vejo a outra, a que foi beijada.

Assim, não posso mais do que olhar.

Rosas terás em redor, solitária.

 

- Eis os melros, rasteiros, que insistem

em tornar-se evidentes, saltitando

sobre cômoros de terra. Mas hoje

perante o mistério das flores súbitas,

são como eu, embora não como eu,

com a negra plumagem que os cobre.

Sobre a lage do poço correm dois,

negros contendores no mesmo sprint,

músicos de assobio que eu bem entendo.

 

E, próximos da rosa, mas alheios,

estão a nascer os narcisos, de amarelas

frisadas campânulas e de sépalas

perto do solo, e que se elevam

na luz de cor. Também uma figura

de mulher genuflectida as colhia,

e uma criança, oscilando no riso,

quer ter para si uma flor solar.

Junto aos eternos matizes das pedras,

a cor dos narcisos, nítida, clara,

evoca esses desejos saciados

em tempo ido: o da mulher, prendendo-os

no seu seio, e os da criança, seguindo

o movimento que pertence ao tempo.

Hoje, como hei-de separar os corpos

da haste e da corola dos narcisos,

pois a mancha amarela tem a forma

humana contida em si, curva, erecta.

 

Salva-me o vermelho vivo da rosa,

que atrai a cor intensa dos narcisos

para contraste, outra tensão,

que eu revivo, amando o beijo da rosa

e a prece ao sol destes narcisos.

Mas outra prece, hesitante, desponta

ao raso dos terrenos, dispersa, ágil.

Flores que vibram esguias e tácteis,

de um vermelho ardente, submissas

como pálpebras, ao cair da noite.

Abrem-se na aurora, comovidas

pela unção da luz, porque se chamam

páscoas. E são amadas, benditas.

Anunciam a passagem eterna

da luz sagrada entre noite e aurora.

A aragem devagar as sacode,

finas folhas e hastes a dançar,

em pleno dia de êxtase, no sono

das corolas exaustas pela noite.

 

Noutra manhã, eu vejo, deslumbrada,

a poalha da brancura florida

que envolve os troncos velhos da ameixoeira,

flores que o ar conhece e o vento leva,

há muito, para lugares e tempos.

Poalha em que não estão vultos humanos.

Apenas um nó de sombra, atrás

de cada flor, mostra a imagem de antes

ou a espessura de um fruto futuro.

São as flores do jardim que guardam o enigma,

pois cada espécie vista tem em si

um sinal visível de outra estação.

Flores solitárias que, uma a uma, vêm

ligar-se a fragmentos de vida antiga.

 

- Repetem-se os melros p'lo empedrado,

a debicar sempre nas pedras húmidas,

sob o fascínio do cálido dia.

Tão nítidos, tão certos, a presença deles

não cabe ao lado de uma flora rara,

a desta Primavera em narração.

 

Também os loureiros em flor, visíveis

ao longe como nuvens, são visões

completas, com  a floração e as folhas

na mesma cor de sempre, indecifrável.

Alguém pega no ramo do loureiro,

num verso clássico, e o dá a toda

a humanidade, pois a memória

da poesia passa de poeta a poeta,

para o mundo. Se o meu relato é vivo

é porque olho c'os outros a Primavera,

e nesta Primavera eu vi melhor,

presa do assombro do que é novo e antigo.

Os meus olhos, o espírito e as mãos

pegam em cada imagem de uma flor,

em cada dia de visão e ganho.

Mas a perda, enfim, virá somar tudo

igual a si mesmo, uno, passado.

E, de repente, uma flor de palavras

muito branca chega até mim, e é

esta estação, nesse florir de goivos.

Uma carta traz-me inscrita as palavras

de Eugénio, goivos, e o seu eflúvio.

Esta transcreve-a ele de Pessanha,

diante de tão nítidos canteiros.

Grata, prendo-me a esses elos vivos

da corrente de vozes, que se oferecem

aos ouvintes, depois de recolherem

o real, o findo, o que foi amado.

Aqui, depois do loureiro, floriu

a acácia, também sem qualquer vulto

escondido no seu florir imenso.

São árvores solitárias, constantes

na pura relação com a luz solar.

E, talvez por fim, neste  infinito,

uma inflorescência de gladíolo

rosada, erecta, se tenha aberto.

 

Vem de um único bolbo, soterrado,

está só, entre a verdura vária.

Junto de si viveram outras hastes

também de gladíolos, há muito tempo.

Braços levaram-nas juntas, consigo,

em braçadas de amor e de alegrias.

Os braços são as linhas de matizes,

unidas em redor da cor suavíssima

das flores de hoje, a florir aqui.

Cada manhã me põe diante dos olhos

nova forma de cor e  luz e, às vezes

figuras esbatidas de outra estação

igual, porém perdida já, inane.

 

- Melro audaz, que te aproximas mais

de mim, ou do que eu fui e agora sou,

não vejas que eu represento o Tempo.

A tua colheita de grãos e de larvas

seja o teu mais subtil pensamento.

 

- E, afinal, entraste no meu espaço,

num intervalo entre o concreto e o abstracto.

 

 

Poema de Fiama Hasse Pais Brandão

Carcavelos, Março, 1997

 

____________________________________________________________________________________________

 

Fiama Hasse Pais Brandão
 
Dramaturga, tradutora e poetisa, nasceu a 15 de agosto de 1938, em Lisboa,faleceu a 19 de janeiro de 2007, na mesma cidade. Frequentou o colégio St.Julian's School, em Carcavelos, e, mais tarde, o curso de Filologia Germânicada Universidade de Lisboa. Fez crítica de teatro, estagiou no TeatroExperimental do Porto (1964), e foi, com Gastão Cruz - com quem se casaria - e outros, fundadora do grupo Teatro Hoje (1974). Ao longo da sua vida,exerceu  atividade de investigação na área da linguística assim como  pesquisa histórica e literária sobre o século XVI em Portugal. Traduziu vários autores como Bertolt Brecht, Antonin Artaud, Novalis e    Anton Chekhov e colaborou em revistas literárias, como Seara Nova Cadernos do Meio-Dia Vértice entre outras. 
                                                                                                                                                                                                                                    Revelou-se com "Morfismos", no âmbito da iniciativa Poesia 61 coletânea que refletia uma tendência poética atenta à palavra, à linguagem  na sua opacidade, na busca de uma expressão depurada e não discursiva. A criação poética de Fiama Hasse Pais Brandão                             i impõe-se pela busca de uma expressão original, onde as palavras tentam evocar uma essência perdida, anterior à erosão do              tempo e do uso corrente. A desconstrução das articulações do discurso e a sua metaforização provocam um estranhamento que conduz o leitor a despir a linguagem da sua convencionalidade e a entrever o acessopela palavra pura a um tempo primordial. 
critério de "amor pela leitura" que presidiu à versão de Cântico Maiorpode, por extensão, ser aplicado à obra da autora que apresenta comofontes de emoção poética "o texto que cabe na pupila: o simultâneo, a grande cena das metáforas e das comparações, a Visão multiforme doConhecimento (pus no coração a Sabedoria de Ezra), que é parcelar naspalavras e nas imagens e que  por acumulação diurna e através daabsorção pupilar (como a do ar) tende para o Todo." ("Do prefácio de CânticoMaior", reproduzido em "Apêndice" a Obra Breve 1991).
 
Sob o Olhar de Medeia , a obra que marca a primeira incursão no romance porparte desta autora, foi publicado em 1998. 
Fiama Pais Brandão recebeu várias distinções, entre as quais se destacam o Prémio Adolfo Casais Monteiro, 1957; o Prémio Revelação de Teatro, 1961; o Prémio Pen Clube Português de Poesia, 1985; o Grande Prémio de PoesiaAPE/CTT, 1996; o Prémio D. Dinis, da Fundação Casa de Mateus, 1996; e o Prémio Pen Clube Português de Ficção e o Prémio da Crítica da AssociaçãoPortuguesa de Críticos Literários, ambos em 2005.
 

 

 

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publicado às 19:03


# 1935 - "Viagem Literária", uma iniciativa da Porto Editora

por Carlos Pereira \foleirices, em 10.04.15

Bragança vai ser, dia 25 de abril, palco da primeira etapa de "Viagem Literária", uma iniciativa que pretende fomentar o gosto pela leitura e pelo pensamento e que, neste dia, contará com as participações dos escritores Luís Sepúlveda e Valter Hugo Mãe.

O espaço escolhido para este encontro, que se inicia pelas 17 horas, é o Teatro Municipal da cidade. As entradas são gratuitas.

Pela primeira vez, um evento literário compromete-se a, mensalmente, percorrer o país, de norte a sul, do litoral ao interior, passando pelos Açores e pela Madeira, indo ao encontro dos leitores e desafiando-os para uma viagem na qual participarão grandes nomes da literatura.

A "Viagem Literária", uma iniciativa apresentada, esta quinta-feira, pela Porto Editora, vai acontecer em 18 cidades e terminará em Viana do Castelo, em setembro do próximo ano. De fora ficam Lisboa e Porto, "vincando-se assim a projeção nacional deste evento que pretende envolver os públicos que, regra geral, não têm acesso à mesma oferta cultural que existe nos dois maiores centros urbanos", sublinham os organizadores.

A ideia da "Viagem Literária" é a de que, em cada cidade estejam dois escritores à conversa, tendo como moderador o jornalista João Paulo Sacadura.

A Porto Editora esclarece que "os espaços em que decorrerão as sessões serão, preferencialmente, os teatros municipais, por forma a permitir a participação de centenas de leitores", e que "os bilhetes serão gratuitos".

Depois de Bragança, a "Viagem Literária" vai passar por Vila Real, Viseu, Guarda e pelas restantes cidades, só terminando em Viana do Castelo, em setembro de 2016. Confirmadas estão já as participações de autores como Laurentino Gomes, Richard Zimler, Francisco José Viegas, José Eduardo Agualusa, José Rentes de Carvalho, Miguel Esteves Cardoso, Rosa Montero e Gonçalo M. Tavares, numa lista que vai crescer e que, a seu tempo, será atualizada.

In "Jornal de Notícias", por Ana Vitória

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publicado às 19:24


#1870 - Livros e Leituras

por Carlos Pereira \foleirices, em 11.08.13

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publicado às 19:25


#1733 - Novo livro de Mário de Carvalho

por Carlos Pereira \foleirices, em 30.08.12

 

Mário de Carvalho afirmava há poucas semanas que o seu novo livro estava pronto e tinha como título O Varandim Seguido de Ocaso em Carvangel. Sabe-se agora que será lançado pela Porto Editora a 6 de setembro, que inicia assim a publicação da obra completa do escritor.

 

In "Bibliotecário de Babel"

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publicado às 18:59


#1564 -Porto Editora reforça catálogo

por Carlos Pereira \foleirices, em 07.01.12

O Grupo Porto, do qual fazem parte as chancelas Porto Editora, Sextante e Albatroz, apresentou hoje as novidades editoriais para o primeiro semestre de 2012. Quase seis dezenas de títulos dos quais se destacam Grande Arte' a obra prima do brasileiro Rubem Fonseca, Adão no Eden, de Carlos Fuentes e Últimas Noticias do Sul, uma viagem pela Patagónia que junta textos de Luís Sepulveda a fotos de Daniel Mordzinsky.

 

Três nomes fundamentais das literatura contemporânea que transitaram de outras editoras directamente para o grupo Porto que no ano passado já tinha conseguido os direitos de publicação de Isabel Allende e de Jorge Luís Borges, (este através da Quetzal).

 

Das obras que serão lançadas até Julho fazem parte Lágrimas na Chuva da espanhola Rosa Montero, Baku-Últimos Dias, de Olivier Rolin, Os Malaquias de Andrea del Fuego, vencedora do Prémio Saramago, ou Os Filhos de Alexandria de Françoise Chandernagor.

 

Serão ainda publicadas obras de vários autores portugueses como Teolinda Gersão, João Pedro Marques, Sofia Marrecas Ferreira, Miguel Miranda, Joel Neto, João Bouza da Costa, entre outros.

 

Fernando Pessoa chega ao Grupo Porto pelas mãos de um ex-ministro da Justiça brasileiro, José Paulo Cavalcanti Filho. A obra que resulta de dez anos de pesquisa em torno do poeta português intitula-se Uma Quase Autobiografia.

 

O grupo aposta ainda em best sellers como Sveva Casati Modignani ou Agape do padre brasileiro que arrasta multidões, Marcelo Rossi.

Dentro do nicho infanto-juvenil o destaque vai para a colecção CHERUB, da qual serão publicados dois titulos:O General e Brigands M.

 

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publicado às 19:50

A Autoridade da Concorrência decidiu viabilizar a compra do Direct Group Portugal, detentor das livrarias Bertrand, do Círculo de Leitores e de quatro editoras, pela Porto Editora, o maior grupo editorial português, foi hoje, segunda-feira, anunciado.

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publicado às 20:46


#1265 - Porto Editora prepara-se para comprar a Bertrand

por Carlos Pereira \foleirices, em 11.04.10

 

A Porto Editora prepara-se para se transformar no segundo grande grupo editorial no mercado português, a seguir à Leya.

 

In

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publicado às 20:48


#1108 - Oração

por Carlos Pereira \foleirices, em 25.12.09



Tenho,

Perante Deus,

O direito

De ter

Um cão.


Poema de Raul de  Carvalho (1920-1984)  escrito em 6 de Janeiro de 1984.

Este poema foi retirado de "Poemas Portugueses, Antologia da Poesia Portuguesa do Séc XIII ao Séc, XXI" edição Porto Editora, Dezembro de 2009

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publicado às 01:11


#1100 - Antologia da Poesia Portuguesa apresentada hoje

por Carlos Pereira \foleirices, em 15.12.09

Poemas Portugueses – Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI  é apresentada hoje, às 19h, na Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa. Oitocentos anos de poesia, 267 autores e mais de dois mil textos, com prefácio de Vasco Graça Moura. Coordenação e organização Jorge Reis-Sá e Rui Lage:
 

«Esta é a primeira antologia panorâmica que abarca a poesia portuguesa desde os seus alvores, na transição do século XII para o século XIII, cerca de seis décadas após o nascimento do Reino de Portugal, até ao presente, entendendo-se por presente o ano de 2008, data dos poemas mais recentes aqui recolhidos. Em consequência desta novidade, surge uma outra: a de ser esta a primeira vez que todo o arco temporal do século XX é objecto de um projecto antológico não exclusivo, isto é, nem temático, nem tendencioso. Por outras palavras, esta antologia, passe a redundância, começa no começo, e termina na actualidade. [...] Nestas mais de 2000 páginas coexistem, diacronicamente, mais de 800 anos de poesia, desde a "Cantiga de Garvaia" de Paio Soares de Taveirós, datável do primeiro decénio do século XIII, até Outubro de 2008, data do mais recente poema aqui incluído, "Rasto", de Luís Quintais.»

 

In Revista LER

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publicado às 22:51


#1059 - Antologia reúne dois mil poemas em português

por Carlos Pereira \foleirices, em 03.12.09

A Porto Editora lança este mês aquela que será a maior antologia de poesia portuguesa reunida num só volume.

 

A obra Poemas Portugueses, que será lançada pela Porto Editora em meados de Dezembro, vai reunir dois mil poemas portugueses de 267 autores.

 

Organizada por Rui Lage e Jorge Reis-Sá, esta será a maior antologia de poesia portuguesa jamais reunida num só volume. Os antologiadores consideram que o elemento de distinção da obra, relativamente às organizadas no passado, é o facto de ela ser "a primeira antologia panorâmica que abarca a poesia portuguesa desde os seus alvores, na transição do século XII para o século XIII até ao ano de 2008".

Tentar que a antologia seja o mais representativa possível, das "tendências, sensibilidades e créditos poéticos" foi uma das preocupações de Lage e Reis-Sá. A antologia está organizada "por ordem cronológica do nascimento de cada poeta", abrindo com a "Cantiga de Garvaia", de Pai Soares de Taveirós, trovador do primeiro decénio do século XIII, e fechando com um poema de Outubro de 2008, "Rasto", de Luís Quintais. O prefácio de Poemas Portugueses é de Vasco Graça Moura.

In "DN"

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publicado às 00:27


Gonçalo M. Tavares na Porto Editora

por Carlos Pereira \foleirices, em 07.01.09

Segundo um comunicado que acabo de receber (BIBLIOTECÁRIO DE BABEL), a Porto Editora (PE) vai publicar «uma nova linha de ficção» de Gonçalo M. Tavares, um escritor que amplia assim a considerável lista de editoras com que trabalha ou já trabalhou (Caminho, Relógio d’Água, Campo das Letras, Assírio & Alvim, Difel, Teatro do Campo Alegre). Embora o projecto não esteja completamente definido, Tavares avança que a nova «linha» terá como ponto de partida «o conceito de cidade».
No final de 2008, o escritor publicara já um texto – Bucareste-Budapeste: Budapeste-Bucareste – numa colectânea da PE intitulada Contos Policiais. Cláudia Gomes, responsável pela Divisão Editorial Literária do Porto da PE, congratula-se com o acordo e adianta que este é mais um passo dado no sentido de «reforçar a presença no âmbito da ficção portuguesa e apostar nas novas vozes da nossa literatura».

 

Post publicado por "Bibliotecário de Babel"

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publicado às 17:44

 

 

A Wook.pt, a maior livraria virtual portuguesa, coloca a partir de hoje um milhão de livros grátis na Internet, numa iniciativa inédita de promoção da leitura, anunciou hoje a Porto Editora, proprietária desta livraria on-line.Nos próximos dias, livros como A Viagem do Elefante, A Vida num Sopro ou O Priorado do Cifrão estarão disponíveis a preço zero", refere a Porto Editora, num comunicado enviado à Lusa, aludindo aos mais recentes livros de José Saramago, José Rodrigues dos Santos e João Aguiar.

A campanha, que começa terça-feira, vai permitir "durante três dias, em determinadas horas, disponibilizar um milhão de livros com 100 por cento de desconto".
Para ter acesso a esta campanha é necessário estar registado na Wook.pt e, depois, ficar atento aos anúncios que assinalam o início dos denominados `Momentos Wook`.
"Os primeiros mil clientes que tiverem a sorte de encontrar um dos seus livros preferidos com 100 por cento de desconto, e rapidamente confirmarem a encomenda, serão os felizardos", salienta a Porto Editora. [rtp.pt]
 
Post retirado do blog "bibliotecadafeira"

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publicado às 19:19


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