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#2762 - Trump é uma fraude maciça...

por Carlos Pereira \foleirices, em 27.01.18

 PHILIP ROTH

 

"... Trump é uma fraude maciça, a soma maligna das suas deficiências, destituído de tudo excepto a ideologia oca de megalomaníaco."

 

Afirmação feita por Philip Roth, um dos grandes escritores so século XX e da história da literatura, em entrevista dada a Charles Mcgrath para o "The New York Times" e publicada pela revista  "E-A revista do Expresso", edição 2361, de 27 de Janeiro de 2018.

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publicado às 15:39


#2162 - A conspiração contra a América

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.02.17

 BERNARD-HENRI LEVY

 

Não é bizarro, perguntei a Roth, que a maior democracia do mundo dependa de um sistema de separação de poderes tão improvável?

 

No dia da tomada de posse de Donald Trump conheci Philip Roth. Foi uma experiência estranha passar, com o nosso amigo comum Adam Gopnik, o fim de um dia louco na companhia do escritor que, há 13 anos, em A Conspiração contra a América (Dom Quixote, 2005), descrevia exactamente o pesadelo arrepiante em que os EUA entraram.

Encontrámo-nos no seu apartamento forrado a livros de Manhattan, para onde se mudou depois de ter anunciado que se reformava da escrita. Ttinha passado a manhã desse dia de 20 de Janeiro em frente à televisão. Tal como muitos americanos, mas talvez com um grau de estupefacção suplementar, viu as imagens chocantes do bebé crescido que, com grande estardalhaço, pequenos punhos erguidos, insultava as elites de Washington, o povo americano, o mundo inteiro.

Falámos da outra criança, a verdadeira, o pequeno Barron Trump, vestido como príncipe de comédia e deslocado como se fosse um pacote, ou um troféu, entre os pódios onde se celebrou o triunfo de César seu pai.

Roth tem, como se sabe, um carinho particular pelas heroínas literárias, por isso detivemo-nos no caso de Melania, a first lady, com o seu ar estranhamente ausente durante a cerimónia — lúcida? Informada? Pressentindo, melhor do que todos nós, as catástrofes que se estão a preparar? Ou será apenas a história da mais bonita rapariga do subúrbio que um adolescente ávido convidou para dançar e aperta de mais?

Roth falou também das forças que, no seu romance ou mais exactamente no novo romance que o mundo está a escrever, e de que ele, conhecedor, extrai as linhas cómicas e trágicas, podem resistir a esta maré negra de vulgaridade e de violência. 1. O povo soberano que desceu em massa às ruas das grandes cidades do país, lembrando que em termos de votos totais foi ele, e não Trump, que ganhou as eleições. 2. Os republicanos que sabem que entre Trump, o antigo democrata que se tornou populista, e o grand old party, que ele usou como trampolim, se trava uma luta de morte. 3. A CIA, cuja sede Trump visitou no dia após a posse, sem dispensar uma palavra aos 117 agentes mortos em missão, cujos nomes estão gravados na parede mesmo por trás dele, quando se entregou a um exercício de auto-satisfação pueril e grotesco sobre o número de apoiantes que tinham chegado a Washington para celebrar [a tomada de posse]. 4. Os responsáveis do FBI que não lhe perdoarão ter duvidado da sua probidade no caso da pirataria informática por parte dos serviços secretos russos para influenciar os resultados da campanha a seu favor. 

Não é bizarro, perguntei a Roth, que a maior democracia do mundo dependa de um sistema de separação de poderes tão improvável? O que é bizarro, responde-me ele, com uma grande gargalhada, inclinando a cabeça para trás, é o estado de insurreição em suspenso, pelo qual é responsável este Presidente mal eleito e para o qual se pode prever um mandato ainda mais curto do que o do herói do seu romance. 

Claro que as situações não são comparáveis. O romance decorre em 1940.

Retrata Charles Lindbergh, o herói aviador com simpattias nazis, que ganha por pouco ao candidato favorito da época, F. D. Roosevelt. Lindbergh era um anti-semita assumido.

Mas ao mesmo tempo....

Esta retórica mussoliniana...

E depois há o slogan "América primeiro", surpreendendo que nos EUA não se tenha agitado o coração de gente com um pouco de cultura política, independentemente das simpatias políticas – porque era este o slogan oficial dos nazis americanos no tempo de Charles Lindbergh. Era a resposta aos que queriam que a América resistisse à Alemanha de Hitler. Foi em seu nome que foram denunciados os "judeus belicistas". E foi este slogan que Trump repetiu na escadaria do Capitólio e fez com que David Duke, antigo líder do Klu Klux Klan, soltasse um estrondoso: "Conseguimos!"

Donald Trump sabe tudo isso e, quando lho apontam, responde que está a olhar "para o futuro", não "para o passado".

Mas o mundo divide-se entre os niilistas sem memória e os que sabem que as línguas têm uma história. O jogo faz-se entre os que crêem que se pode, sem mal, repetir 15 vezes num discurso o slogan dos supremacistas brancos e os que sabem que a genealogia das palavras, quando negada, vinga-se.

Trump, um pseudo-aliado dos maiores demagogos do nosso tempo, está a ser rejeitado em todo o mundo. Mas consideremos esta estranha e sinistra particularidade: o mais impopular Presidente da América visitou recentemente Jerusalém e criou um afinidade com aqueles que o seu predecessor na ficção considerava sub-humanos.

E há o seu slogan "América primeiro". É surpreendente que estas palavras não tenham dado a volta ao estômago a todo o espectro político americano.

Possam os destinatários desta súbita solicitude protegerem-se deste seu novo amigo como fazem em relação aos seus inimigos.

Possam nunca esquecer que o destino de Israel é uma coisa demasiado séria para que um aventureiro impulsivo e inculto o use para demonstrar a sua autoridade ou o seu suposto talento para fazer negócios.

E que sejam poupados ao dilema, descrito no romance de Roth, de ter de escolher entre dois destinos igualmente funestos: o da vítima, Winchell, e do refém, Bengelsdorf.

A America não leu Philip Roth tanto quanto devia.

O mundo de Roth ou o de Trump: essa é a questão.

 

CRÓNICA DE  BERNARD-HENRI LEVY PUBLICADA NO JORNAL ON-LINE  "PÚBLICO" DE 14 DE FEVEREIRO DE 2017

 

 

 

 

 

 

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publicado às 21:29


#1700 - Philip Roth vence Prémio Príncipe das Astúrias de Letras

por Carlos Pereira \foleirices, em 06.06.12

 

O escritor norte-americano Philip Roth foi agraciado com o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras 2012, derrotando na última fase de votações o outro finalista, o japonês Haruki Murakami.

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publicado às 16:45


#1367 - Philip Roth ganha o prémio Man Booker Internacional 2011

por Carlos Pereira \foleirices, em 18.05.11

 

Philip Roth ganha prémio Man Booker Internacional 2011

 

A "short-list" dos candidatos incluía o britânico Philip Pullman, autor de livros infantis, o chinês Su Tong, os americanos Anne Tyler e Marilynne Robinson, o australiano David Malouf. Fazia também parte da lista o nome do britânico John le Carré, apesar deste ter pedido para não ser incluído.

“A imaginação [de Roth] não só transformou a nossa ideia da identidade judaica, como reanimou a ficção, e não apenas a ficção americana”, disse Rick Gekoski, presidente do júri que atribuiu o Man Booker. “A sua carreira é extraordinária porque ele começa num nível alto e continua sempre a subir. Com 50 e 60 anos, quando a maior parte dos escritores estão em declínio, ele escreveu uma série de romances da mais elevada qualidade”.

Roth agradeceu o prémio e afirmou que um dos prazeres que tem enquanto escritor é que o seu trabalho seja lido internacionalmente “apesar de todas as dores de tradução que isso implica”.

 

The Man Booker International Prize Finalists

The Man Booker International Prize 2011 List of Finalists announced

The Finalists' List was announced by the chair of judges, Rick Gekoski at a press conference held at the University of Sydney, on Wednesday 30 March 2011 at 10:00 (EST).

Each of the Finalists' are listed below, click through to read a full biography.

The Man Booker International Prize winner will be announced at the Sydney Writers' Festival on 18 May and the winner will be celebrated at an awards ceremony in London on 28 June 2011.

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publicado às 15:08


#1182 - Novo livro de Philip Roth

por Carlos Pereira \foleirices, em 08.02.10



Philip Roth vuelve a cumplir la cita anual con sus lectores. Esta vez con La Humillación (Mondadori) donde continúa dando cuenta de las pasiones, incertidumbres, decepciones y temores que cercan a un hombre mayor de 60 años. Sobre todo de las rondas de la muerte. Y, de nuevo, a través de la historia de un derrumbamiento personal que encuentra en el deseo su salvación. El momento de ese resquebrajamiento es lo que hoy adelanta

Babelia en exclusiva y que se puede leer en ELPAÍS.com. Una novela que ha suscitado todo tipo de críticas en Estados Unidos.


Excerto em espanhol

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publicado às 13:25


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