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NICOLÁS SUESCÚN
NÃO ESPERES NADA
Não esperes nada
do amanhã,
não te sepultes
na esperança,
pensa:
Não verei a luz do novo dia,
esta é a miha última noite.
E bebe
até esqueceres tudo
para o voltares a esquecer,
que essa seja a tua vida,
um vaivém
entre o ser e o não ser.
Não esperes nada
do amanhã,
afunda-te no esquecimento
para que o novo dia
seja verdadeiramente um novo dia,
como se estivesse a começar
a dar voltas o mundo,
como se ir para além
não fosse vir para aqui,
como se a terra não girasse,
enlouquecida.
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Nicolás Suescún nasceu em Bogotá (Cundinamarca). Poeta, contista, tradutor, editor, jornalista e professor universitário. Fez estudos de literatura, história e humanidades nos Estados Unidos e França. Ao longo de vários anos dirigiu a revista literária Eco. Traduziu Rimbaud, Flaubert, Ambrose Bierce, W.B. Yeats e Stephen Crane, entre outros autores. Recebeu o prémio "Vida y Obra 2010": Este galardão bienal é entregue pela Secretaria de Cultura de Bogotá a um artista que tenha dado um contributo fundamental à cultura da capitral.