Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Costumo dizer que Fernando Pessoa era Fernando Pessoas. Gosto desse trocadilho besta, mas muito verdadeiro. Sim, muito verdadeiro. Seus heterônimos são pessoas como eu e você. Eles têm data de nascimento e morte. Têm mapa astral – que o próprio Pessoa elaborava. Têm uma história de vida pessoal e um estilo único de escrita.
Mas o que mais me impressiona é que eles são tão diferentes que chegam a ter pontos de vista contrários sobre o mundo. Enquanto um vangloria as máquinas e as construções, outro só encontra a verdade na Natureza do Ribatejo. Este último é o Alberto Caeiro, o pastor amoroso, o guardador de rebanhos, o poeta do não-pensar. Aquele que parece ter nascido de uma semente de erva do mato.
Para entender esse mestre, podemos imaginar que estamos aqui nessa vida, habitando esse planeta, e com isso criamos problemas demais. Procuramos muitas respostas para as nossas perguntas, o que só nos gera conflito. Desejamos demais o que não estamos vendo e assim perdemos o poder de desfrutar o que já estamos vendo.
Alberto Caeiro é a riqueza do mais simples. É uma ilha onde moramos e de onde tudo provém.
Selecionei aqui alguns trechos de alguns de seus poemas, com o intuito de conhecermos a mensagem desse loiro magrelo de olhos azuis. Um ser da natureza que não se considera mais que uma planta ou uma pedra. Que possamos ler, lendo. Sem mais perguntas, apenas vendo. Afinal, segundo nosso poeta, os pensamentos atrapalham demais o simples sentir.