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Glória de Sant' Anna (1925-2009)
TERREIRO DO PAÇO
cavalga o rei de ferro em seu cavalo
verdoengos os dois no pedestal
recortados lá em cima
e alonga-se a crina
em falso movimento sugerido
pela água azul inquieta deste rio
cujas ninfas suportam a epopeia
de um povo que se esparsa pelo tempo
onde semeia trigo e saramago
no mesmo vento
Poema de Glória de Sant' Anna retirado da revista "Colóquio | Letras" n.º 110-111 - Julho / Outubro de 1989
- e então fico liberta
dos muros das paredes dos entraves
e já vou desdobrada
ao azul mais distante
- jingone cariacó paquitequete
matite e cumilamba -
é a hora das acácias
rubras à claridade toda limpa
em frente aos longos ramos que me abraçam
transpirando de seiva
das altas casuarinas
- a mesma casa
o mar tão largo
búzios de nácar
e o tempo achado - )
Poema de Glória de Sant' Anna (1925-2009)