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Uma Fogaça recriada pela designer Francisca
Olá Francisca.
Dezembro é o último mês do ano. E no céu azul, pequenas nuvens de algodão doce luzentes parecem árvores de natal.
As nuvens são habitadas por sonhos que espreitam e vigiam o teu sono através da janela do teu quarto, e têm a forma de borboletas e pirilampos. E as vozes que tu ouves nos teus sonhos são de anjos que guardam e protegem a tua boca, os teus olhos, o teu coração, enfim, todo o teu corpo e te contam as histórias fantásticas do Lucas, da Mia e da Nina.
Todos nós temos uma nuvem que nos acompanha para todo o lado. É dentro dela que guardamos os nossos desejos, as nossas angústias, os nossos medos, as nossas lágrimas. E quando chove, é a nuvem a limpar o nosso espírito, a nossa mente, a nossa alma, o nosso coração para ficarmos mais leves, mais serenos, mais inteligentes e com um enorme sorriso nos olhos.
Dezembro é o décimo segundo mês do ano. E o último. E no dia 25 celebra-se no mundo cristão o nascimento de Jesus Cristo. É Natal, que significa nascimento. E é o tempo da generosidade, da solidariedade, das dávidas, da partilha, da comunhão, da reunião e do encontro. É o tempo das luzes festivas, que são as borboletas e os pirilampos que a tua nuvem, companheira de viagem, carrega durante o percurso que já começaste a fazer neste planeta que se chama Terra. E enquanto durar a tua viagem que sejas solidária, generosa, honesta com os outros mas principalmente contigo.
Um bom Natal. Que sejas muito feliz.
O Avô
Olhas o branco do papel como se fosse um espelho. E desenhas a primeira letra, esperas pacientemente pela segunda, pela terceira até surgir a palavra. E finalmente, algo pode acontecer... E novas palavras aparecerão e farão uma fila em cima duma linha imaginária. Pensas logo em comboios; onde tu és a locomotiva e as palavras vagões. Páras na primeira estação. A plataforma está cheia de palavras: umas subirão e outras ficarão. Novas palavras acrescentadas encherão um novo vagão.
O comboio pára num apeadeiro. No apeadeiro só há vírgulas, pontos e vírgulas, dois pontos, e outros sinais gráficos. É a hora das despedidas e das boas vindas. A viagem está quase a terminar. Só falta uma estação. A estação do espanto, da admiração, da magia onde não falta um baloiço onde estás sentada empurrado pela vovó, num extraordinário jardim que desenhaste com as palavras que já conheces , e que para ti já têm cor, cheiro, forma, significado.
Para a minha neta Francisca e a avó
Olá Francisca!
Aquele monte esconde um covil de leões. Não tenhas medo; eles guardam o sacrário dos teus sonhos, defendem a tua liberdade. A seguir ao monte, muito mais além, fora do alcance das tuas pequeninas mãos, poderás ver, quando o teu tempo chegar, o imenso mar que tem a cor dos teus desejos e pensamentos.
Espero ter vida para te acompanhar...