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"Acredito que os livros, uma vez escritos, já não precisam dos seus autores. Se tiverem alguma coisa para dizer, mais cedo ou mais tarde encontram leitores; se não, não... Gosto muito desses livros misteriosos, tanto antigos como modernos, que não têm autor definido mas têm tido e continuam a ter uma intensa vida própria. Parecem-me uma espécie de milagre de uma noite, como as prendas da Befana, pelas quais eu esperava em criança... Os verdadeiros milagres são aqueles cujos autores nunca serão conhecidos... Além disso, não é verdade que a promoção é dispendiosa? Eu serei o autor menos dispendioso da editora. Até a minha presença vos pouparei."
ELENA FERRANTE
Cláudio Magris
"...A morte destina-se aos museus. A todos, não só a um Museu de Guerra. Cada exposição - quadros, esculturas, objetos, maquinaria - é uma natureza-morta e a gente que se aglomera nas salas, enchendo-as e esvaziando-as como sombras, exercita-se na futura estância definitiva no grande Museu da Humanidade, do mundo, em que cada qual é uma natureza--morta. Rostos como fruta colhida da árvore e disposta num prato..."
Excerto de "Uma causa improcedente" de Claudio Magris, editado pela Quetzal, Abril 2016
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O escritor italiano Claudio Magris tem um novo romance. Sobre a guerra e a paz. Pretexto para pensar a realidade mundial e a literatura.
Ler aqui entrevista dada ao Diário de Notícias
Alda Merini, de 78 anos, faleceu no domingo no hospital São Paulo de Milão após prolongada doença, informaram os "media" italianos. Merini era considerada a maior poetisa italiana viva e uma das grandes escritoras do século XX em Itália. A sua vida e a sua obra estão marcadas pela alternância entre a loucura e a lucidez, como ficou patente na que é considerada a sua obra mais importante, A Terra Santa (1984), já traduzida em Portugal (Livros Cotovia), com a qual ganhou vários prémios. Em 1996 Alda Merini tinha sido indigitada para o Prémio Nobel da Literatura, uma candidatura apoiada, sobretudo, pelo escritor italiano Dario Fo, Nobel em 1997. (fonte: DN
Gottfried Honnefelder, presidente da Associação de Livreiros Alemães, anunciou que o escritor italiano Claudio Magris receberá, este ano, o Prémio da Paz dos Livreiros Alemães, que sé entregue como habitualmente, no último dia da Feira do Livro de Fránkfurt, que este ano será em 18 de Outubro.
Na acta do júri é dito que a Magris é concedido o prémio , dotado com 25.000 euros, pelo facto de a sua obra, quer narrativa, quer ensaística, tratar dos problemas resultantes da convivência de diversas culturas existentes na Europa Central.
Em muitas das suas obras, Magris mostra a pluralidade de mundos e línguas existentes na Europa Central onde enfatiza as suas características e os seus contrastes, defendendo uma Europa que não se defina apenas a partir da economia, mas essencialmente a partir da sua tradição histórica, cultural e das suas diferenças.
Claudio Magris (1939) foi professor de Literatura Alemã na Universidade de Trieste e traduziu, para italiano, inúmeros autores de lingua alemã, entre os quais se destacam Joseph Roth, Arthur Schnitzler e Georg Büchner.
Fundou, juntamente com Humberto Eco e outros intelectuais, a Associação Liberdade e Justiça, que é bastante crítica do governo de Silvio Berlusconi.
"O Danúbio", uma das obras mais conhecidas de Magris, vê o rio Danúbio como um exemplo excelente dessa multiculturalidade que é a Europa Central. " Um Hipopótamo em Lund", sua última obra, é a reunião das experiências que o escritor teve nas suas viagens pela Europa.
Em 2004 recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras.