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ELEIÇÕES MARÇO 2024
É PRECISO ESTAR VIGILANTE PARA NÃO SERMOS SURPREENDIDOS POR DISCURSOS CHEIOS DE BANALIDADES E PRENHE DE PROMESSAS EM QUE CADA FRASE É APENAS UMA ARMADILHA QUE TEM O ISCO DE QUE MUITO GOSTAS, MAS QUE NO FUTURO VAI DAR-TE AMARGOS DE BOCA.
As ruas, as praças, os mercados, as feiras vão ser invadidas por mocinhos e mocinhas que estão disponíveis para todo o tipo de tarefas, que transportam as albardas como se fossem os burros de carga, e carregadinhos de sorrisos distribuem bandeirinhas, sacos, saquinhos, sacolas, esferográficas, lápis, camisolas e tudo o que a imaginação delirante dos gurus da comunicação partidária conseguirem parir. Não teem voz própria. São apenas a voz do dono. Encaram a política como se fosse uma profissão qualquer. O importante é estar no lugar certo na hora certa, pois há sempre um buraquinho disponível e feito à sua medida e à espera de inquilino.
E na falta de foguetes aparecerão os bombos, as cornetas, os gritos, as palavras de ordem, as palavras de desordem, os beijinhos da ordem, os perdigotos, as bitaitadas do costume, o colinho aos meninos para que nunca se esqueçam de pôr a cruzinha no buraco certo quando chegar a idade, algumas bizarrias, dar nomes diferentes à mesma coisa - Lavoura por Agricultura, Agricultura por Lavoura - contorcionistas não de circo mas da política e as palavras que são expulsas da boca são iguais às expulsas por outras bocas, a única diferença reside no sotaque que identifica a origem do pregador.
É uma animação. Uma festa. Devia ser feriado local ou regional para que toda a população pudesse celebrar e cumprimentar o candidato a nosso chefe. Respeitosamente.
Todos os anos há violentos incêndios, há violentas inundações.
Chegou o momento do ajuste de contas, de medir forças, de contar espingardas; é tempo de eleições. E as desgraças muito recentes vão servir, infelizmente, esse propósito.
Os partidos da oposição vão esquecer que já foram poder e olvidaram os conselhos sábios e avisos prudentes de pessoas eminentes nas áreas da floresta e ordenamento territorial, e vão exigir com algazarra que as cabeças comecem a rolar.
O partido no poder vai defender-se acusando, quem os acusa, de nada terem feito, e de aproveitamento da desgraça para obterem proveito.
Inquéritos vão ser abertos - pura perda de tempo - ninguém vai ser culpado e condenado: é o costume. A culpa é sempre da responsabilidade não se sabe muito bem de quem, ou, então, se se descobre um culpado o processo é arquivado por falhas processuais.
É tempo de eleições, a seguir ao Verão. Vai ser o tempo das promessas mil vezes prometidas, vai ser o tempo da caça ao eleitor. Todos os anos a floresta arde. Todos os anos há inundações. E há, e haverá sempre vítimas para vergonha nossa.
E as velhas políticas com ou sem novos protagonistas irão continuar de incêndio em incêndio, de juramento em juramento, de acusação em acusação até acontecer uma desgraça maior.
As rotas dos caçadores de votos.