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DILIP CHITRE ||| 1938 - 2009
POEMA EM AUTO-EXÍLIO
A primeira borboleta morta da estação
Tem asas recentemente rasgadas. Os significados são transferidos
Como a humidade das ervas
Para os sapatos. A América é incrivelmente erótica.
Demasiadas pernas tornam todas estas ruas sensuais.
Em Bombaim, temos uma única centopeia
Caminhando em direcção à cidade todas as manhãs.
Lá faz tanto calor, e mesmo assim, sem modéstia,
Os que têm meios usam todas as roupas que podem.
E também, ao contrário daqui, os que têm dinheiro
Comem sem contar calorias.
Tenho saudades de casa, o que é estúpido evidentemente.
Lá nunca fui um chauvinista famoso,
Nem é a América pouco bela. Mas estou tão aterrorizado
Com esta mocidade resplandecente, esta inocência requintada,
Estas visões exóticas do resto do mundo,
Que existe algures,
Que me sinto já obsoleto,
Não sendo americano.
Talvez devesse ter sido, afinal de contas, um guru,
Ou um iogue, um gigolô, um encantador de serpentes, ou um cozinheiro
De clandestinos molhos de caril em vez de ser um poeta.
América, aqui vou eu, demasiado
Tarde
POEMA DO POETA INDIANO DILIP CHITRE