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Carlos Mendonça
«Uma questão difícil de tratar. É assim que o historiador e crítico de arte Norte-americano James Elkins vê a relação entre criação artística e religião na contemporaneidade. O seu ensaio mais conhecido sobre este tema tem um título que diz tudo: The Strange Place of Religion in Contemporary Art (2004). E estranho lugar porquê? Certamente as razões culturais são antigas e profundas e ligam-se ao debate que funda a modernidade: a emergência da autonomia do espaço secular face ao religioso, a reivindicação da liberdade individual reinterpretando a estrita normatividade do ethos comunitário, o desmantelamento de uma visão social que tinha no referente religioso o seu elemento decisivo de definição, etc.» É com estas palavras que começa o texto introdutório do Cardeal Tolentino Mendonça.
Este volume nasceu no contexto da pandemia. No primeiro inverno da era pandémica, Álvaro Siza, pelas razões que ele explica no texto, fez uma série de desenhos sobre a Paixão de Cristo, mais precisamente 45. Foram eles o ponto de partida para um diálogo, em forma de entrevista, com o Cardeal Tolentino sobre o lugar estranho do religioso na arte contemporânea e outras questões que sempre surgem quando se fala de arte e de religião e quando os interlocutores são pessoas com a autoridade destes dois referentes da cultura do nosso tempo. Aqui se reproduzem os desenhos e o texto desse diálogo.
FONTE: WOOK
Quando não há nada para dizer...
Usar, apenas, quando não há nada a dizer...
A usar somente quando as palavras são brancas ou transparentes...
Esta exposição pode ser vista na Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira a partir do dia 7 de Fevereiro e até 12 de Março.
O poeta e dramaturgo brasileiro Ferreira Gullar é, desde ontem, o mais recente Prémio Camões. O anúncio foi feito pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, na presença dos membros do júri, e volta a galardoar a poesia como já acontecera em 1989 com Miguel Torga, o primeiro distinguido.
Um instante
Aqui me tenho sem começo aqui me tenho nada lembro à luz presente
como não me conheço
nem me quis
nem fim
sem mim
nem sei
sou apenas um bicho
transparente
Ângelo de Sousa vai expôr os seus desenhos na Galeria Ao-Quadrado, em Santa Maria da Feira, de 31 de Janeiro até 7 de Março