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Às vezes, o poema surge a meio da noite, no escuro. Acende a luz. Levanta-se, corre para encontrar um dos seus muitos "papelinhos" e escreve. De um jorro. Apaga a luz. E, se a poesia deixar, talvez volte a adormecer. Para a brasileira Deka Purim, 48 anos, os versos estão em todos os lugares e podem chegar a qualquer hora. "Basta estar atenta", diz ao JL, a propósito da recente publicação do seu primeiro livro Rio Virando Mar, uma edição do Instituto Açoriano de Cultura (71 pp, 10 euros).A viver no concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores (ver caixa) e a trabalhar na freguesia da Praia - são cerca de 25 quilómetros de distância - a autora há muito que desistiu de fazer a viagem pela via rápida que une os dois lugares: "Prefiro a estrada nacional porque preciso de ver os lavradores, as velhotas a irem buscar os netos à escola. Preciso de 'xingar' o homem do trator que para no meio do caminho. Para mim, é material de escrita, é pura poesia".