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A revista literária GRANTA vai ter, a partir de 2018, uma edição única em língua portuguesa com publicação em simultâneo em Portugal e Brasil pela editora Tinta-da-China.
A edição terá textos de autores portugueses e brasileiros.
Daniel Blaufuks, fotógrafo, será o responsável pela área da imagem na revista, cujo director é Carlos Vaz Marques.
"... O Padre António Vieira explicou num dos seus sermões que interrogar o poder é também, inevitavelmente, interrogar o querer: "O querer, e o poder, se divididos são nada, juntos, e unidos são tudo", pregou na Sé de Lisboa, em Janeiro de 1662, aquele a quem Fernando Pessoa atribuiu o título de Imperador da língua portuguesa. "O querer sem o poder é fraco, o poder sem o querer é ocioso, e deste modo divididos são nada. Pelo contrário o querer com o poder é eficaz, o poder com o querer é activo, e deste modo juntos, e unidos são tudo."
Excerto do Editorial de Carlos Vaz Marques "in Granta Portugal", n.º 2, sobre o tema central da revista - "PODER" já disponível nos sítios habituais
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«Jan Morris é hoje o nome mais importante de entre os autores vivos de literatura de viagens. Nas palavras de Paul Theroux, outro dos grandes escritores viajantes do nosso tempo, é "um dos maiores escritores descritivos da língua inglesa". De hoje e de sempre, depreende-se. Por isso ele lhe chama também "um génio da viagem". O livro que tem nas mãos, caro leitor, é já um clássico. Publicado originalmente há meio século, é muitas vezes referido como o livro sobre Veneza. Nele, Jan Morris entrelaça o H grande da História com um apuradíssimo sentido de observação para o h pequeno das histórias do quotidiano. É assim – para dar apenas um exemplo comezinho – que ficamos a saber porque há tantos gatos e porque deixou de haver cavalos em Veneza. A autora, que publicou pela primeira vez este livro, em 1960, ainda com o nome de James Morris e cuja mudança de sexo na década seguinte acrescentou notoriedade à sua já famosa carreira jornalística, é uma figura extraordinária também por razões biográficas. É numa permanente inquietação da viagem que Jan Morris, percorrendo o mundo para o interpretar, tenta revelar o enigma dos lugares que visita tal como se propõe desvendar o seu próprio enigma interior. "Por vezes, rio abaixo, quase penso que o consigo; mas então a luz muda, o vento vira, uma nuvem atravessa-se à frente do sol e o significado de tudo isto volta uma vez mais a escapar-me."» Carlos Vaz Marques |