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WILFRED OWEN (1893-1918)
CÂNTICO DA JUVENTUDE CONDENADA
Que sinos dobram por estes que morrem como gado?
- Apenas a monstruosa ira das armas.
Apenas o estrépito veloz do gaguejar das espingardas
Lhes pode recitar maquinalmente apressadas preces.
Por eles não há agora motejo; nem orações nem sinos,
Nem nenhuma voz de pranto a não ser a dos coros -
Coros estridentes e loucos de granadas lastimando-se;
E clarins reclamando-os em terras tristes.
Que velas se poderão acender para os apressar a todos?
Não nas mãos dos rapazes, mas nos seus olhos
Brilharão os sagrados lampejos das despedidas.
Os rostos pálidos das raparigas são as suas mortalhas;
As suas flores, a ternura de mentes resignadas,
E cada lento anoitecer um cerrar de persianas.
Poema do poeta inglês Wilfred Owen
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Wilfred Edward Salter Owen (18 de março, 1893 – 4 de novembro, 1918) foi um poeta e militar inglês (Plas Wilmot, Shropshire, 1893-Batalha de la Sambre, 1918). Estudou nas Universidades de Liverpool e Londres, e veio a morrer em combate, sete dias antes do armistício. As suas elegias sobre a guerra — Poems — publicadas por S. Sassoon em 1920, revelam-nos um poeta, na linha de Keats, de gosto depurado e pleno de autenticidade, que veio a exercer um fascínio decisivo na poesia inglesa da década de 30. Alguns dos seus poemas inspiraram o War Requiem de B. Britten.