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O realizador brasileiro André Francioli está a rodar, até depois de amanhã, na Mata das Guimbras, junto ao castelo de Santa Maria da Feira, a curta-metragem "Hai Kai Diamante", que conta "a história algo assombrada de um rockabilly perseguido no bosque".
O calendário de filmagens enquadra-se na 13.ª edição do Festival de Cinema Luso-Brasileiro, a decorrer na cidade até amanhã. Baseando-se numa "tirinha de banda desenhada que apresentava um jogo de signos gráficos muito interessantes", o filme aplica à imagem real não só os símbolos da micropoesia japonesa conhecida como "hai kai" mas também a estética própria da manga, conduzindo a "um final surpreendente com desdobramento de sentidos", explicou o cineasta.
André Francioli reconhece que essa diversidade de estilos não será habitual no Brasil, onde "a maior parte do cinema tem hoje pouco interesse para o público e para a crítica porque há uma estandardização da forma determinada pela linguagem das telenovelas".
"Isso leva a que filmes mais interessantes do ponto de vista da linguagem fiquem muito marginalizados e não encontrem espaço no circuito comercial", explica o realizador.
"O grosso da produção média acaba, portanto, por não aprofundar a pesquisa de novas linguagens nem atingir as massas, ficando num limbo sem qualquer interesse", considera.
O cinema português também não se consegue afirmar no Brasil, porque, como refere André Francioli, "não chega ao circuito comercial e passa apenas em festivais".