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Caminhamos em cima de vários gumes e, ao menor descuido, ficamos sem a cabeça, decepada por apelos frenéticos embrulhados em slogans que dizem ser, hoje, o dia da redenção das nossas vidas. E corremos... corremos... desesperados, em manada, silenciosos, com os olhos postos no vazio cinzento das nossas almas empunhando profundas tristezas adormecidas pelas cores garridas dos neons, cartazes, placas, anúncios convidativos, sentidos obrigatórios pintados no chão e nos ares que conduzem os nossos passos. E os braços já cansados empurram o corpo faminto, mas empatorrado de inutilidades, que, ao chegarmos a casa, são arrumados num canto escuro que não lembre a nossa estupidez perante a exploração, por quem muito sabe, dos nossos instintos mais básicos.