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MARIANO MAROVATTO
PRIMEIRO PRECISAVA SABER
Primeiro precisava saber
de onde escrever. E assim
com modos bem portugueses
(seus livros de levíssimo papel
e gramatura alta)
fosse o meu barquinho,
leitoso nessa espumante
página de hálito nada
familiar, e já estaria lá.
Uma gota de sangue
nas pontas dos dedos
uma cara sorrindo, outra
resmungando. Precisaba saber
tomar ônibus, pensar no asfalto,
no ringue de patinação, menos
ovo, mais ártico. Ou terra, como
nos caminhos das ilhas:
ir até qualquer ponto final
e lá soltar com a mochila.
Poema do poeta brasileiro Mariano Marovatto