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Pavilhão de Portugal . Fondaco dell'Arte . vista exterior
Fotografia: Mário Valente
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A Tábua Humana, 2009
João Maria Gusmão + Pedro Paiva
Fotografia, 95 x 135 cm
Co-produção: Centro Cultural Inhotim, Minas Gerais
João Maria Gusmão (Lisboa, 1979) e Pedro Paiva (Lisboa, 1977) são artistas de uma nova geração, cujo percurso, embora recente, revela uma solidez incomum. A participação em exposições internacionais de relevo – Bienal de São Paulo, Bienal do Mercosur, Manifesta, Wattis Institut, Photoespaña, Kunstverein Hannover – tem vindo a contribuir para a afirmação da sua obra na última década.
ACHEGA - Chefe dos correios, sendo mulher.
(Pelo facto de a Estação dos CTT de Minde ter sido primeiramente chefiada por uma senhora de nome Achega, nome aliás bastante conhecido na localidade)
ADUEIRA e ADUEIRO - Castanheira a que também chamam Maranhoeiro
(É possível que o termo "Adoeiro" tenha alguma relação com "Aduela" sabido que uma das principais madeiras utilizadas para vasilhas é a de castanheiro ou de castanho, como mais resumidamente se diz.)
AGADANHAR - Apanhar, colher, furtar.
(Num quintal, passando um pouco da meia noite, o vento sopra rijo dos lados da lareira e a chuva é impertinente:
- Então, achaste?
- Estão aqui... parecem cabritos!
- Agradanha e peniche? (1) Se algum gritar, ferra-lhe um soco atrás da chaveca (2) para o calar.)
Tratava-se de uma pequena "descoelhação" no quintal de um vizinho, incapaz de oferecer um coelho para a patuscada.
(1)peniche - cautela, caluda, cala-te, silêncio.
Exemplo: "E agora peniche, toca a dar às de João da Penha. Que significa: E agora caluda e toca a fugir
(2)chaveca - cabeça, torre, caturra, inteligência, inclinação, vocação, habilidade, tendência, jeito.
(A explicação que encontramos para a origem deste termo que se vê tem vários significados deve ser pelo facto de se chamar chavelha a uma peça de madeira que se coloca na ponta do chavelhaço dos carros, na ponta do temão do arado ou ainda na tiradoira da grade. E como essa peça constitui por assim dizer a cabeça de qualquer destes objectos de tiro, daí o nome de chaveca atribuído à cabeça humana ou de animal ou ainda a qualquer coisa que comande, isto é, tenha ligação com o cérebro,)
Exemplo: F... não tem chaveca para o negócio. Quer dizer: Fulano não tem cabeça (inclinação, jeito, etc.) para o negócio.
AGUENTOS OU AUGUENTOS - Ombros.
- Por serem os ombros que transportam objectos pesados.
Isaltinar foi um belíssimo achado que Isaltino Morais inventou para uma das suas campanhas eleitorais (slogan em 2005: "Vamos isaltinar!"). Belíssimo, mas que eu não entendia. Até Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, ser agora julgado. No julgamento, ele tem dito: 1) que as suas declarações de rendimentos "não correspondem minimamente ao meu património"; 2) que ele declarava menos do que devia porque "[as declarações de rendimentos] nunca foram levadas a sério" (já agora, então, porque declarou sempre a menos e nunca a mais?!); e 3) que "as sobras das campanhas eleitorais", anteriores a 2005, depositou-as na sua conta bancária da Suíça, não para "fugir ao fisco", mas porque "fiz o que toda a gente fazia." Os pontos 1) e 2) dizem-me que "isaltinar" significa aldrabar o fisco. Não sendo o moralista que aqui vos escreve mas o amante de palavras, estou encantado. Indo mais longe, o ponto 3) diz o que é uma isaltinação pegada. Definição de isaltinação pegada: não chega aldrabar o fisco mas é preciso aldrabar também o próprio partido, ficando-lhe com "as sobras."
Artigo de opinião de Ferreira Fernandes no "Diário de Notícias"
Às vezes tenho a estranha sensação que o poder é exercido não por políticos, mas por funcionários de uma empresa de marketing.
As vendas de automóveis desceram 41,7% em Fevereiro face ao mesmo mês do ano passado. Mas, de acordo com as estatísticas apresentadas pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), só nos dois primeiros meses do ano a Ferrari já vendeu sete "superdesportivos" em Portugal, o que representa quase metade das vendas de todo o ano de 2008, que totalizaram 16 automóveis.
A Ferrari, do Grupo italiano Fiat, cujos carros têm preços entre os cerca de 316 mil euros e os 226 mil euros, não foi o único fabricante de automóveis de luxo a cativar mais clientes desde o início deste ano, face aos valores atingidos em 2008.
A Bentley, por exemplo, também aumentou o número de veículos vendidos este ano, embora numa única unidade, enquanto a Aston Martin vendeu o mesmo número de automóveis (quatro) do que nos dois primeiros meses do ano passado.
Não há Simplex que resista à cegueira e à prepotência de um Estado que nos ofende e envergonha. Querem mais Estado para isto (não se esqueçam que «tudo isto» é obra de pessoas: «agentes da Administração Pública»):
«Um contribuinte, pensionista e portador de deficiência, perdeu os benefícios fiscais devido a uma alegada dívida de 1,97 euros referente ao Imposto Municipal sobre a Transacção de Imóveis. A dívida nem sequer existia, como o fisco acabou por reconhecer. Para resolver o problema, o contribuinte de Viseu teve que contratar um advogado e colocar uma acção no Tribunal Administrativo e Fiscal.» (Público, 04.03.09)
Post escrito por Tomás Vasques, autor do blog "Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos"
Não nutro muita simpatia por políticos - há excepções, claro. Não gosto particularmente de Sócrates e dos seus acólitos, apesar de, em rarissimos casos e em raríssimos momentos, lhes reconhecer alguns méritos, algumas virtudes. Mas não gosto que usem o poder e o poder das palavras como malabaristas em espectáculos de circo.
Apetece-me, de imediato, descarregar a minha ira sobre o televisor, o rádio, ou o jornal, quando insultam a minha inteligência e apedrejam a minha cabeça com ladainhas com o único propósito de caçarem o meu voto.
E usam palavras de circunstância; escritas e ditas em momentos de circunstância, muitas vezes sem convicção, sem acreditarem nelas - são palavras terroristas que sempre que são usadas matam o desejo de acreditarmos que os políticos que elegemos cumprem com seriedade, honestidade e honradez as tarefas que juraram aceitar e que defenderam nas campanhas eleitorais.
São agricultores, costureiras e domésticas no dia-a--dia, mas, de tempos a tempos, sobem ao palco e durante umas horas passam a ser actores e tudo o que não podem ser na vida normal.
Estamos no propalado Portugal profundo e é aí que reside a companhia ‘ComoDEantes’, em Quiantandona,Penafiel, uma das aldeias preservadas de Portugal. Até o presidente, Cavaco Silva, numa das presidências abertas, já por ali passou e não lhes poupou elogios.
O CM assistiu, anteontem, a uma actuação deste grupo de vinte actores. A peça em cena é ‘Eu voo para a América’. É ao ar livre. Faz frio, muito frio. Mas quem gosta aguenta e o espectáculo, de tão genuíno, deixa a sua indelével marca. Assistimos a uma história em que a ganância é a força motriz para que os acontecimentos se sucedam e tem origem nas mais entranhadas histórias populares portuguesas.
"É uma história que a minha avó com 85 anos diz que a sua avó lhe contava e remonta ao séc. XVIII, quando começaram a surgir os primeiros engenhocas a tentar construir aviões. É originária da zona de Vila Nova, Marco de Canaveses", contou ao CM o único profissional da companhia, Pedro Soares, no papel de encenador.
"Começo por juntar o grupo à volta de um gravador e conto uma história. Todos vão participando e acrescentando outras histórias paralelas, que têm raízes na cultura tradicional, até termos a história", afirmou o encenador.
O fim da história não se deve já contar, mas nesta peça, que até tem um coro como nas tragédias gregas, não há propriamente um final feliz.
A OCDE divulgou, hoje, no relatório "Crescimento e Desigualdades" que Portugal é um dos países com maior desigualdade na distribuição dos rendimentos.