por Carlos Pereira \foleirices, em 24.11.08
OThe New York Times, ontem, descobriu uma das poucas profissões de vento em popa. Encolhendo a mais material das coisas, o dinheiro, empedernidos materialistas (e até funcionários da Bolsa de Wall Street) recorrem a astrólogos e às cartas do tarot. Desde que se anunciou a crise, triplicaram os clientes do Além. Quando os economistas parecem tão aluados, é normal que as pessoas comuns recorram a quem vê mais longe e sabe ler as cartas astrais. Ao reputado jornal, disse Tori Hartman, psíquico de Los Angeles: "Quando já não se acredita em quem lhe vendeu a casa nem em quem lhe emprestou dinheiro, vai-se a um espírita para ter uma perspectiva diferente..." O que não me parece verdade. Vai-se ao professor Karamba da América não em busca de diferente mas do mesmo, em grau mais colorido, que foi dado pelos governantes: certezas voláteis. Assim como assim, já que deixaram de fazer sentido de um momento para o outro as taxas quantificáveis ao centésimo (exemplo da soberba científica dos economistas), passa-se a ouvir gente tão enganada mas ao menos com turbante. Não é preciso uma bolinha de cristal para adivinhar: o tempo é dos médiuns.