Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Agora, que os canhões emudeceram e os bandos fascistas recolheram a penates, a hierarquia católica usa armas de beatificação maciça contra a "podridão da legislação laica" que tenta identificar milhares de vítimas do franquismo atiradas para valas comuns e dar-lhes sepultura condigna. No ano passado foram 498 novos "beatos", este ano 800 e estão na calha mais 2000. Todos "assassinados [pelos republicanos, entenda-se, pois os "curas rojos" e os católicos assassinados por Franco, durante e depois da Guerra Civil, não têm direito aos altares] pelo ódio à Fé". Ordeiramente, Franco, Mola, Sanjurjo e Queipo de Lhano esperam na fila pela sua vez.
Fila à porta do Paraíso
Em 1936, logo após a rebelião de Franco, a Igreja Católica espanhola correu a abençoar as matanças de republicanos: "Não há forma de pacificação senão a das armas; é preciso extirpar a podridão da legislação laica" (cardeal Goma y Toma, primaz de Espanha); "não há perdão para os destruidores de igrejas (…), que a sua semente seja esmagada" (arcebispo de Burgos); "benditos sejam os canhões se deles florescer o Evangelho" (Diaz Gomara, bispo de Cartagena).