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As paredes apertam o peito
As flores estão murchas há muito tempo afogadas na água ramelosa de uma velha jarra macilenta
As notícias já são velhas como a alma dos jornais amarrotados
Estás com medo eu sei
Mas escuta... Já acabou...
Abre a janela
Deixa entrar um pouco de luz
Um pouco de esperança
Um pouco de ar fresco para limpar as nódoas nos teus olhos
Um pouco de cada vez para não ficares bêbedo
Banha-te
Deixa escorrer a água quente sobre o corpo
Demora o tempo que quiseres
Observa o corpo nú no espelho e verás que nenhuma doença tens
Apenas solidão... somente solidão e medo
Debruça os olhos sobre o mundo do teu bairro da tua rua
E verás que as árvores não morreram
Continuam agarradas à terra
Agarradas à vida
E são casa sombra abrigo comida amparo.
Escuta.
Escuta o mundo a tua rua
Escuta o teu corpo
Escuta os suspiros e a respiração suave da árvore
Escuta