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RICARDO JAIMES FREYRE (1868-1933)
AS VOZES TRISTES
Pelas brancas estepes
vai o trenó ligeiro;
distantes, os uivos dos lobos
unem-se aos cães em seu resfolêgo denso.
Neva.
Dir-se-ia que o espaço se envolvera num véu,
recamado de lírios
pelas asas do nordeste.
O infinito branco...
Sobre o vasto deserto
voga uma vaga sensação de angústia,
de supremo abandono, fundo e sombrio desalento.
Um pinheiro sozinho
ao longe é um desenho,
num fundo de brumas e de neve,
como esguio esqueleto.
Entre os dois sudários
da terra e do céu,
avança no Nascente
o gelado crepúsculo de Inverno...
Poema do poeta Boliviano Ricardo Jaimes Freyre.
Jossé Bento traduziu