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UWE KOLB (17 DE OUTUBRO DE 1957)
POEMA EM QUE DOS MEUS CUIDADOS SE TRATA
I
O papel do vento no fim do mundo
ainda é desconhecido, mas qundo o crânio descoberto
se ergue nesta atmosfera e o herói abandonado avança
por ruas mais quentes
dominado pelo desejo de chegada,
o caminho torna-se corrida, espera
a alma (qual relógio de quartzo ou de pedra milenária
à discrição e poupado desde aquele primeiro
som próprio),
chamada, exigida e inabalável
afastando o casaco, o cachecol, os sapatos húmidos, palavra
a palavra, tabu a tabu,
descansando, descodificando de onde, de dentro de onde,
para poder inventar -
... as matérias da infância. De facto não se assemelham.
Adulto, ousa aqui, sendo o mesmo,
descoberta e ermitério.
2
No meio da corja de eunucos modestos
de desistentes no meio deste povo azul,
pregar a pátria: a consciência
com o nome de dúvida fraterna,
a folha negra, brilhante, que se levanta
como olhar, fala, riso dos
sempre e ainda obrigados a encher frigoríficos.
3
Tão minúsculo começa o poema, enfaticamente
asfixia, nada explica além de si próprio,
remetido, como sempre, à sua resistência
às duas supralínguas alemãs,
continua agora arritmicamente (infelizmente, amor)
aterra por fim despedaçado e desviado:
tempo e lugar já não se podem escolher,
são ilha como balão preso
e tudo o que se experimentou em Patmos.
Poema de Uwe Kolbe, poeta alemão