Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
JULES SUPERVIELLE (1884-1960)
O LAMENTO DA TERRA
Um dia, quando dissermos: «Era o tempo do sol,
Recordem-se, alumiava o mais pequeno ramo
E tanto a mulher idosa como a rapariga admirada,
Sabia dar a sua cor às coisas mal nelas pousava.
Seguia o cavalo corredor e parava com ele.
Era o tempo inesquecível em que estávamos sobre a Terra,
Em que fazia barulho deixar cair qualquer coisa,
Olhávamos em volta com os nossos olhos versados,
Os nossos ouvidos entendiam todas as subtilezas do ar,
E quando o passo do amigo aí vinha, logo o sabíamos;
Apanhávamos tanto uma flor como uma pedra polida,
O tempo em que não podíamos agarrar o fumo,
Ah! só isso as nossas mãos apanhariam agora.»
Poema de Jules Supervielle
_______________________________________________________
(1884–1960) was born in Montevideo, studied in France, then lived alternately in a Paris suburb and in Montevideo. He published ten collections of poetry. T.S. Eliot said of him and Saint-John Perse, "There are no two poets of their generations of whose permanence I feel more assured."