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ANTÓNIO RAMOS ROSA
Havia na madeira uma penumbra
de criação que entrava pelas narinas
e quase triste num arvoredo madrugava
irrigando toda a construção sonora.
Num frescor de matéria se ensombrava
dos concêntricos alicerces se elevando
à folhagem da cúpula animal.
Agreste, o seu estuar é paz de sombra
demorando o assombro da frescura
em verdade de horizonte interno.
Poro a poro as crinas da madeira
rodeiam a atenção e a inclinam
para onde é mais limpo o coração.
E o olvido é a frescura da memória
que abre os largos vales solitários
em que pastam cavalos silenciosos
entre verdes girassóis incendiados