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#3232 - EPOPEIAS DE LUZ [POEMA DE ANA LUÍSA AMARAL]

por Carlos Pereira \foleirices, em 26.09.22

 

Ana Luísa Amaral (1956-2022)

EPOPEIAS DE LUZ

 

Queria um poema de epopeia

e luz,

escrito às duas da tarde

e num café,

o espelho à minha esquerda,

o café amarelo (que é cor de que não gosto,

mas que brilha

na tarde adolescente)

 

Se eu não tivesse olhar,

mas só ouivido atento a pequenos ruídos,

como uma voz e coisas indistintas:

o café a sair para lá do balcão,

uma cadeira de ferro

pintado

a arrastar-se de súbito...

 

Incongruências de quem tem olhar:

que no poema de epopeia

e luz

eu fale do que é táctil, mas se vê

(Ah! linha que seduz,

mas que contenho!)

 

Atirar a palavra pelo chão

com o abandono todo

da adolescência em tarde,

tantas horas de sol à minha frente

Deixá-la navegar como se fosse gente

quinhentista:

ao longo do desejo

e para lá

 

À minha esquerda, o espelho

que a reflicta,

a multiplique em sons e em sentidos,,

lhe evite idade adulta

e a guarde finalmente:

adolescente e nua

como a tarde

 

Até que dela nasça,

navegando,

poema de epopeia sem o ser,

mas corpo todo em luz e boa esperança:

como um Adamastor,

uma criança,

uma sereia abandonada

e livre

 

Poema de Ana Luísa Amaral

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publicado às 19:15


#3231 - LIVROS E LEITURAS ||| Histórias de loucura normal

por Carlos Pereira \foleirices, em 26.09.22

 

Estas histórias, inspiradas na própria vida do autor, são tão selvagens e inusitadas quanto as histórias dos seus romances. Bukowski foi uma lenda no seu tempo e um visionário para aqueles que se lhe seguiram. Louco, recluso, amante. Afável e mesquinho. Lúcido e insano. Sempre inesperado. As excepcionais Histórias de loucura normal vêm directas do âmago de uma vida, a que ele mesmo viveu, marcada pela violência e pela depravação. Histórias de liberdade, tão profanas quanto sagradas.
Da prostituição à música clássica, Bukowski traça neste livro um retrato irado, apesar de terno, bem-humorado e inquietante, da vida marginal de Los Angeles, uma realidade obscura e perigosa que emoldurou a vida de um dos maiores escritores de culto do século XX.

Histórias, afinal, da loucura que espreita dentro de cada um de nós, que faz do corpo uma marioneta e que não desaparece senão com a morte.

________________________________________________________________

Charles Bukowski nasceu na Alemanha, em 1920, mas cresceu em Los Angeles, onde viveu durante cinquenta anos. Publicou o seu primeiro conto em 1944, quando tinha vinte e quatro anos, e começou a escrever poesia com trinta e cinco anos. Morreu em 1994, aos setenta e três anos, pouco tempo depois de completar o seu último romance, Pulp. Viu publicados mais de quarenta e cinco livros de prosa e poesia, incluindo os romances Post Office (1971), Factotum (1975), Women (1978), Ham on Rye (1982), Hollywood (1989) e Pulp (1994). É um dos autores americanos contemporâneos mais conhecidos a nível mundial e, possivelmente, o poeta americano mais influente e imitado de sempre.

FONTE: WOOK

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publicado às 18:38


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