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#3215 - AS PALAVRAS NA BOCA DOS TAGARELAS

por Carlos Pereira \foleirices, em 20.01.22

O vazio está sentado no centro de uma estrela

com a cabeça apoiada num pensamento incolor, transparente, inodoro,

inclinando-se para o lado que o vento soprar

provocando o tédio

bocejando até a boca não poder abrir-se mais

criando um sopro de ar

que circula entre a garganta e o exterior do corpo

situado no limite da vertigem,  da tolerância, do vómito

e que devora a vontade de se opôr ao ruído opaco das palavras

sentado ao lado do vazio que deixa de ser, por isso,

o centro da estrela.

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publicado às 21:24


#3214 - DESENHOS

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.01.22

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publicado às 18:23


#3213 - A STANISLAW WYSPIANSKY

POEMA DE KATHERINE MANSFIELD [1888-1923]

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.01.22

Credit: Getty Images/Keystone

 

A STANISLAW  WYSPIANSKY

 

Do outro lado do mundo,

De uma pequena ilha embalada no grande regaço do mar,

De uma pequena ilha sem história,

(Fazendo a sua própria história, lenta e desajeitadamente,

Juntando isto e aquilo, encontrando o padrão, resolvendo o problema,

Como uma criança com uma caixa de tabuinhas),

Eu, uma mulher, com a marca do pioneiro no meu sangue,

Cheio de uma força juvenil que consigo guerreia e ignora leis,

Canto em teu louvor, guerreiro magnífico; Eu proclamo a tua batalha triunfante.

O meu povo não teve nada contra o que lutar;

Trabalharam à luz clara do dia e manipularam o barro com dedos rudes;

A Vida - uma coisa de sangue e músculo; a Morte - um enterro de desperdícios.

 

Que poderiam saber de fantasmas e presenças invisíveis,

De sombras que obscurecem a realidade, da escuridão que nega a manhã?

Límpida e suave é a água que escorre das suas montanhas;

Como poderiam conhecer ervas venenosas, gavinhas podres que estorvam?

A tapeçaria tecida com os sonhos da tua infância trágica

Eles rasgariam com as suas mãos inábeis,

A luz triste e pálida da tuua alma apagariam com o seu riso infantil.

Mas os mortos - os velhos - Oh Mestre, aí te pertencemos;

Oh Mestre, somos crianças e aterrados pela força de um gigante;

Como saltaste vivo para o túmulo e lutaste com a Morte

E encontrste nas veias da Morte o sangue vermelho florindo

E ergueste a Morte nos teus braços e a mostraste a todo  o povo.

A tua foi uma tarefa mais pessoal que os milagres do Nazareno,

O teu um encontro mais estrénuo que as ordens mais amáveis do Nazareno.

Stanislaw Wyspiansky - oh homem com o nome de um combatente,

Através destes milhares de quilómetros estilhaçados de mar, em alta voz te proclamam;

Dizemos «Ele jaz na Polónia, e a Polónia pensa que ele morreu;

Mas ele disse não à Morte - ele jaz ali, acordado;

O sangue do seu grande coração pulsa vermelho nas suas veias».

 

Poema de Katherine Mansfield, escritora neozelandesa, (1888-1923) traduzido por José Alberto Oliveira

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publicado às 06:46


#3212 - CAMPANHA ELEITORAL (LEGISLATIVAS - JANEIRO 2022

por Carlos Pereira \foleirices, em 12.01.22

 

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publicado às 16:58


#3211 - Thomas Feiner, Anywhen - The Opiates Revisited - Betty Caine

por Carlos Pereira \foleirices, em 02.01.22

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publicado às 19:03


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