por Carlos Pereira \foleirices, em 01.12.19
as merendas do espírito,
as mãos, eram labor artificial,
separadas pelos sítios de culto,
pelo silêncio dos pastos;
até a luz acampando
na lâmina dos utensílios
ou sobre os ombros
era coisa do acaso;
havendo uma ordem
e havia
nada tinha a ver com as regras
de oficiantes programados,
era um mistério
a sabedoria litúrgica da ignorância;
se era douta ou divina,
é assunto que me ultrapassa
POEMA DE MANUEL AFONSO COSTA, «SERIA SEMPRE TARDE», ASSÍRIO & ALVIM, 2019
BIOGRAFIA
Fez o doutoramento no Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e o Mestrado em História Cultural e Política na mesma Universidade. Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa. Professor Associado, desde 2012, na Faculdade de Direito da Universidade de Macau. Desde 2003, Professor Assistente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Professor também na Universidade de Aix-Marseille. Escreveu diversos artigos sobre História, História das Ideias, Filosofia e Literatura em jornais e revistas de especialidade e é autor dos livros Introdução ao pensamento social francês do século XVIII, U.T.A.D, Vila Real (1987), A ideia de felicidade em Portugal no século XVIII, entre as luzes e o romantismo. Eticidade, moralidade e transcendência (2008). Tradutor de poesia e poeta, publicou Caligrafia imperial e dias duvidosos, Assírio & Alvim, Lisboa (2007); Os últimos lugares, Assírio & Alvim (2004), Os limites da obscuridade, Caminho (1990), O roubo da fala, Ágora (1981). Colabora com a Biblioteca Pública de Macau desde 2014.