Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
"Existem doenças infames, capazes de fazer do nosso corpo uma gaiola para a alma. Parkinson plus é uma das formas mais perversas de o Universo mostrar a sua crueldade medieval. Ou, como disse Lao Tsé, o Universo trata-nos como cães de palha."
Do livro de Afonso Cruz, "A Boneca de Kokoschka", edição da Companhia das Letras
Inverno. Troco o passo. Atropelo o passo. O braço que não balança.O rosto fechado. Um esgar na boca. Uma pontada entre os olhos. O lenço guardado no bolso, a mão não chega lá empanca em alguma contrariedade.
É quase Primavera, o vento abotoa-me o casaco, afaga-me a alma. Depois das máscaras, quase a Páscoa.
O vermelho é a cor: das opas, do sangue derramado e do vinho...
E o mar já à espreita! É quase Verão...
...Entretanto, homens gigantes na alma e na coragem preparam mais uma faina. Mãos poderosas agarram os remos como se agarrassem a vida, e as mulheres vestidas de negro, o rosário a rolar nos dedos, parecem sentinelas de olhar lacrimoso, corações apertados, atentas aos humores do mar e ao regresso dos homens.
Amam o mar que lhes mata a fome. Odeiam o mar que lhes mata os homens.
O sol levanta-se mais cedo, as noites são mais curtas, o tempo do tempo quente e dos dias descontraídos, dos corpos que se insinuam, corações na areia, o pôr-do-sol que incendeia o mar. Festas, romarias, bailaricos e fogos de artifício anunciam o fim da festa e o fim do verão.
Abro a janela. Uma pequena brisa sacode as folhas cor do fogo, cor da terra que desmaiam silenciosamente ao longo das linhas solares verticais. É o momento da terna melancolia, do silêncio tranquilo, das metamorfoses da natureza.
É o outono que se anuncia suavemente e o começo de um novo ciclo que morrerá noventa dias depois. E de ciclo em ciclo tudo se repetirá.
19ª EDIÇÃO DA "CORRENTE d'ESCRITAS"
O livro "A Forma das Ruínas", do escritor colombiano Juan Gabriel Vásquez, foi o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa, o prémio principal da Corrente d'Escritas, 19ª Edição, que começou ontem na Póvoa de Varzim.
___________________________________________________
A informação a seguir foi retirada do "site" da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.
A FORMA DAS RUÍNAS VENCE PRÉMIO LITERÁRIO CASINO DA PÓVOA
Póvoa de Varzim, 21.02.2018
Juan Gabriel Vásquez, com a obra A forma das ruínas, é o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa 2018, no valor de 20 mil euros.
Consulte a Ata e Declarações de Voto do Júri aqui.
Bogotá, Colômbia, 2014: Carlos Carballo é detido por tentar roubar de um museu o traje de Jorge Eleiécer Gaitán, líder político assassinado em Bogotá em 1948, em plena guerra do Estado colombiano com os narcotraficantes. Carballo é um homem atormentado, em busca de sinais que lhe permitam destrinçar os mistérios de um passado pelo qual está obcecado. No entanto, ninguém, nem as pessoas que lhe são mais próximas, suspeita das verdadeiras razões da sua obsessão.
O que liga o assassinato de Gaitán, cuja morte partiu em dois a história da Colômbia, e o homicídio do presidente americano John F. Kennedy? Como pode um crime ocorrido em 1914 marcar a vida de um homem no século XXI? Para Carballo, não existem coincidências e todos estes eventos estão intimamente relacionados.
Depois de um encontro fortuito com este homem misterioso, Vásquez (sim, o próprio Juan Gabriel Vásquez, que aqui deixa cair a máscara) sente-se compelido a esmiuçar os segredos de uma vida alheia, ao mesmo tempo que se debate com os momentos mais obscuros do passado colombiano.
Uma leitura compulsiva e uma indagação magistral às verdades incertas de um país que ainda mal se conhece a si mesmo.
Nascido em Bogotá, Colômbia, em 1973, Juan Gabriel Vásquez vive desde 1999 em Barcelona. É autor da coleção de contos Los Amantes de Todos los Santos, da compilação de ensaios El arte de la distorción e dos romances Los Informantes, Historia secreta de Costaguana e O barulho das coisas ao cair, publicado pela Alfaguara em 2012. Como tradutor, foi responsável pela tradução de obras de John Hersey, John dos Passos, Victor Hugo e E. M. Forster, entre outros, e é colunista do jornal colombiano El Espectador. Os seus livros estão publicados em 14 idiomas e mais de 30 países, com extraordinário êxito da crítica e do público. O autor recebeu já várias distinções internacionais, entre as quais o Prémio Alfaguara em 2011 e o Prémio Impac Dublin em 2014, cujos vencedores de edições anteriores contam com os nomes de vários Prémios Nobel. As reputações é o seu quarto romance e por ele recebeu o Prémio da Real Academia Espanhola em 2014.
Submitted by Alice on Thu, 2018-02-15 17:23
The Booker Prize Foundation has launched the Golden Man Booker Prize to mark the 50th anniversary. This special one-off award will crown the best work of fiction from the last five decades of the prize, as chosen by five judges and then voted for by the public.
Since it was first awarded in 1969, the Man Booker Prize has become the leading prize for quality fiction in English, with the winning books setting a benchmark against which other novels are judged. The Golden Man Booker will put all 51 winners – which are all still in print – back under the spotlight, to discover which of them has stood the test of time, remaining relevant to readers today.
Five judges have been appointed to read the winning novels from each decade of the prize: writer and editor Robert McCrum (1970s); poet Lemn Sissay MBE (1980s); novelist Kamila Shamsie (1990s); broadcaster and novelist Simon Mayo (2000s); and poet Hollie McNish (2010s).
Each judge will choose what, in his or her opinion, is the best winner from that particular decade, and will champion that book against the other judges’ selections. The judges’ ‘Golden Five’ shortlist will be announced at the Hay Festival on 26 May 2018. The five books will then be put to a month-long public vote from 26 May to 25 June on the Man Booker Prize website to decide the overall winner, announced at the Man Booker 50 Festival on 8 July 2018.
Baroness Helena Kennedy, Chair of the Booker Prize Foundation, comments:
‘The very best fiction endures and resonates with readers long after it is written. I’m fascinated to see what our panel of excellent judges – including writers and poets, broadcasters and editors – and the readers of today make of the winners of the past, as they revisit the rich Man Booker library.’
Luke Ellis, CEO of Man Group, comments:
‘We are delighted to be sponsoring the Man Booker Prize in its 50th year and celebrating outstanding fiction from the past half century, which remains as relevant and resonant as ever. The prize plays a meaningful role in recognising and supporting literary excellence that we are honoured to support.’
Key Dates
The Golden Man Booker Prize will be supported by retailers, libraries and publishers across the UK, and internationally through online promotion. Readers are already joining in revisiting the previous winners for the #ManBookerPrize50 challenge on Instagram, which encourages them to read as many of the novels as they can by the end of May for the chance to win tickets to the Man Booker 50 Festival.
The Man Booker 50 Festival will run from 6 to 8 July 2018 across Southbank Centre’s 17-acre site in London. Events will be held in a variety of spaces, including Royal Festival Hall, Queen Elizabeth Hall and Purcell Rooms. They will range from interviews and conversations between Man Booker winning and shortlisted authors, to debates and masterclasses. The full programme and tickets will be available soon.
The 50th anniversary will also be amplified globally with Man Booker author events at international literary festivals across the world throughout the year and supported through video, livestream and podcasts, alongside an online exhibition on the Man Booker website.
The Man Booker Prize is sponsored by Man Group, an active investment management firm.
Decade | Judge | Year, Book title, Author, Publisher |
1970s | Robert McCrum | 1969, Something to Answer For, P.H Newby (Faber & Faber) 1970, The Elected Member, Bernice Rubens (Abacus) 1971, In a Free State, V.S Naipaul (Picador) 1972, G., John Berger (Bloomsbury) 1973, The Seige of Krishnapur, J.G Farrell (Orion) 1974, The Conservationist, Nadine Gordimer (Bloomsbury) 1974, Holiday, Stanley Middleton (Windmill Books) 1975, Heat and Dust, Ruth Prawer Jhabvala (Abacus) 1976, Saville, David Storey (Vintage) 1977, Staying On, Paul Scott (Arrow) 1978, The Sea, the Sea, Iris Murdoch (Vintage) 1979, Offshore, Penelope Fitzgerald (Fourth Estate) |
1980s | Lemn Sissay | 1980, Rites of Passage, William Golding (Faber & Faber) 1981, Midnight's Children, Salman Rushdie (Vintage) 1982, Schindler's Ark, Thomas Keneally (Sceptre) 1983, Life & Times of Michael K, J.M Coetzee (Vintage) 1984, Hotel du Lac, Anita Brookner (Penguin) 1985, The Bone People, Keri Hulme (Picador) 1986, The Old Devils, Kingsley Amis (Vintage) 1987, Moon Tiger, Penelope Lively (Penguin) 1988, Oscar and Lucinda, Peter Carey (Faber & Faber) 1989, The Remains of the Day, Kazuo Ishiguro (Faber & Faber) |
1990s | Kamila Shamsie | 1990, Possession, A.S Byatt (Vintage) 1991, The Famished Road, Ben Okri (Vintage) 1992, The English Patient, Michael Ondaatje (Bloomsbury) 1992, Sacred Hunger, Barry Unsworth (Penguin) 1993, Paddy Clarke Ha Ha Ha, Roddy Doyle (Vintage) 1994, How Late It Was, How Late, James Kelman (Vintage) 1995, The Ghost Road, Pat Barker (Penguin) 1996, Last Orders, Graham Swift (Picador) 1997, The God of Small Things, Arundhati Roy (Fourth Estate) 1998, Amsterdam, Ian McEwan (Vintage) 1999, Disgrace, J.M. Coetzee (Vintage) |
2000s | Simon Mayo | 2000, The Blind Assassin, Margaret Atwood (Bloomsbury) 2001, True History of the Kelly Gang, Peter Carey (Faber & Faber) 2002, Life of Pi, Yann Martel (Canongate) 2003, Vernon God Little, D.B.C. Pierre (Faber & Faber) 2004, The Line of Beauty, Alan Hollinghurst (Picador) 2005, The Sea, John Banville (Picador) 2006, The Inheritance of Loss, Kiran Desai (Penguin) 2007, The Gathering, Anne Enright (Vintage) 2008, The White Tiger, Aravind Adiga (Atlantic) 2009, Wolf Hall, Hilary Mantel (Fourth Estate) |
2010s | Hollie McNish | 2010, The Finkler Question, Howard Jacobson (Bloomsbury) 2011, The Sense of an Ending, Julian Barnes (Vintage) 2012, Bring Up the Bodies, Hilary Mantel (Fourth Estate) 2013, The Luminaries, Eleanor Catton (Granta) 2014, The Narrow Road to the Deep North, Richard Flanagan (Vintage) 2015, A Brief History of Seven Killings, Marlon James (Oneworld) 2016, The Sellout, Paul Beatty (Oneworld) 2017, Lincoln in the Bardo, George Saunders (Bloomsbury) |
carlos drummond de andrade
A FLOR E A NÁUSEA
Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
Poema de Carlos Drummond de Andrade in A Rosa do Povo, páginas 19, 20 e 21, edição Companhia das Letras Portugal, Fevereiro de 2017
PINTURA DE ALEXANDRA DE PINHO
O corpo desliza no delírio, enquanto
um fruto amadurece no ventre.
O deserto sob os pés,
a cabeça deitada sobre o seio da duna descansa
da dor e da viagem.
Uma boca de areia, o milagre da água é uma miragem.
lâminas ondulantes brotam do solo quente e
formam cortinas transparentes enganando
o desejo. Obsessivo. Louco.
E o corpo continua a deslizar no delírio.
Apesar da noite, apesar do frio e
do brilho metálico sonoro das estrelas,
a certeza que dos olhos brotarão tamareiras
quando o milagre acontecer.
Um cavalo entra num bar
David Grossman
Romance
Dom Quixote | Janeiro de 2018
David Grossman nasceu em Jerusalém e é um dos maiores escritores do nosso tempo. É autor de uma extensa obra que está publicada em mais de trinta línguas em todo o mundo. Recebeu numerosos prémios, incluindo o francês Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, o Buxtehuder Bulle na Alemanha, o Prémio de Roma pela Paz e pela Acção Humanitária, o Prémio Ischia Internacional de Jornalismo, o Prémio Emet de Israel, o Prémio da Paz dos Editores e Livreiros Alemães e o Prémio Albatross da Fundação Günther Grass.
O seu romance Até ao Fim da Terra foi distinguido com o Prémio Médicis Estrangeiro, o National Jewish Book Award, o Prémio JQ Wingate e, tendo sido destacado em inúmeras listas de favoritos, foi ainda considerado o melhor livro da ano pela revista Lire, em 2011.
Um cavalo entra num Bar, o seu mais recente romance, recebeu o Prémio Man Booker Internacional 2017
Quando não há nada para dizer...
O rio que mergulha noutro rio
o caudal aumenta e afoga a terra
casas viradas ao contrário
o céu é um imenso mar onde as estrelas são gaivotas.
Homens nus pescam insectos
mergansos pescam crocodilos
crocodilos apanham homens nus com canas de pesca
e velas que iluminam o caminho aos morcegos.
O vento sopra de lado nenhum
o ar está parado
e gente de boca aberta engole o espanto
mas o ar está parado, não há vento.
Uma rosa para iludir o tempo e o bocejo
rebenta os balões
da festa de um menino que gosta
de fazer o pino enquanto sonha.
O palhaço é um cão que mia
cujo nariz
cabe no seu
enorme sapato.
O sapo namora com uma melga
mas esta ainda não sabe e
graceja ridicularizando a sua incompetência
e o boi ressuscitou no corpo de uma minhoca.
E o rio continua a mergulhar num outro rio
e o caudal engrossa cada vez mais e
a terra é um imenso pano bêbedo
onde os crocodilos pescam insectos
sentados em cadeiras de pernas cruzadas
o rabo na boca como se fosse um cigarro.
Ratos com asas
infâmias
putin e trump
diabruras
a história que às vezes se quer repetir.
Ironias...
A história do sarcasmo e da estupidez
ignorantes com boca e poder e
as casas ao contrário e
as árvores ao contrário
o mundo ao contrário
irreal
digital
kafkiano
um carro no espaço há-de servir para quê...
E os crocodilos
sentados em cadeiras de pernas cruzadas
rabo na boca
usam canas de pesca
para apanhar
homens nus e desprevenidos.
Em memória de Jóhann Jóhannsson, compositor e produtor islandês, nascido em Reykjavik, autor de músicas de filmes como, por exemplo,"A Teoria de Tudo". Foi encontrado morto no seu apartamento de Berlim.
O AMBIENTE EM S. VICENTE
I
Dia.
Calma demais na baía azul
contra a muralha adiante da outra ilha.
Luz sem sombra
e um vazio que perfila
mortos os corpos deitados
na ideia
e no cansaço
do movimento no cais e nas casas.
Ainda há vida
no velho tamarindeiro
hirto sob a poeira do vento
que sibila mas não sente
a nossa melancolia
dissolvida no ar quente:
o morno desassossego
que se respira em S. Vicente.
II
Noite.
Os montes sobem à lua
e descem vertiginosos na sombra.
O silêncio é mineral,
mesmo o das ondas na praia.
Passos acesos por um Petromax
deambulam, estacam.
Ouve-se uma voz: «entra já!»
O silêncio animou-se, falou fundo
como se anima e cala em S. Vicente.
III
Quando as nuvens pesam
e o céu e o sol
escurecem
toda a gente pensa:
acaso, o milagre?!
Mas não é milagre.
A chuva cai mesmo
quando acaso cai.
As ribeiras enchem.
A fome enverdece.
E a casa so pobre
escorrega na lama.
IV
E a pracinha ao fim da tarde
animada, sempre em festa
festinha lânguida prece
nos olhos da mulatinha
e de outras mais meninas
que passam, repassam, passam
os mesmos diminutivos
aos rapazes bailarinos
ou aos que ouvem a banda
encostados à parede.
Até que chega a velhinha
com o seu cão, o seu bastão
e começa, a levitar,
a rodar,
a dizer: eu sou rainha
nos bailes de S. Vicente.
E a festa acaba em vidinha
em que os termos mais soezes
se confundem com os sublimes.
E só me resta gritar:
tu és minha, tu és minha
porque rimas com rainha,
com pracinha, com vidinha
e muita coisinha fina
e mais um raio de gente!
Poema de Ruy Cinatti in "Obra Poética, Volume I", páginas 411, 412, 413, 414 - Edição Assírio & Alvim, Outubro de 2016.