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#1765 - Novo romance de António Lobo Antunes

por Carlos Pereira \foleirices, em 27.10.12

 

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publicado às 18:55


#1764 - Outro testamento

por Carlos Pereira \foleirices, em 25.10.12

 

Quando eu morrer deitem-me nu à cova

Como uma libra ou uma raiz,

Dêem a minha roupa a uma mulher nova

Para o amante que não a quis.

 

Façam coisas bonitas por minha alma:

Espalhem moedas, rosas, figos.

Dando-me terra dura e calma,

Cortem as unhas aos meus amigos.

 

Quando eu morrer mandem embora os lírios:

Vou nu, não quero que me vejam

Assim puro e conciso entre círios vergados.

As rosas sim; estão acostumadas

A bem cair no que desejam:

Sejam as rosas toleradas.

 

Mas não me levem os cravos ásperos e quentes

Que minha Mulher me trouxe:

Ficam para o seu cabelo de viúva,

Ali, em vez da minha mão;

Ali, naquela cara doce.

Ficam para irritar a turba

E eu existir, para analfabetos, nessa correcta irritação.

 

Quando eu morrer e for chegando ao cemitério,

Acima da rampa.

Mandem um coveiro sério

Verificar, campa por campa

(Mas é batendo devagarinho

Só três pancadas em cada tampa,

E um só coveiro seguro chega),

Se os mortos Têm licor d ausência

(Como nas pipas de uma adega

Se bate o tampo, a ver o vinho):

Se os mortos têm licor de ausência

Para bebermos de cova a cova,

Naturalmente, como quem  prova

Da lavra da própria paciência.

 

Quando eu morrer...

Eu morro lá!

Faço-me morto aqui, nu nas minhas palavras,

POis quando me comovo até o osso é sonoro.

 

Minha casa de sons com a morador na lua,

Esqueleto que deixo em linhas trabalhado:

Mimha morte civil será uma cena de rua;

Palavras, terra onde moro,

Nunca vos deixarei.

 

Mas quando eu morrer, só por geometria,

Largando a vertical, ferida do ar,

Façam, à portuguesa, uma alegria para todos;

Distraiam as mulheres, que poderiam chorar;

Dêem vinho, beijos, flores, figos a rodos,

E levem-me - só horizonte - para o mar.

 

Poema de Vitorino Nemésio (1901-1978) [O Bicho Harmonioso, 1938]

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publicado às 19:31


#1763 - Farewell Happy Fields

por Carlos Pereira \foleirices, em 20.10.12

 

I

 

Entre a minha vida e a minha morte mete-se subitamente

A Atlética Funerária, Armadores, Casa Fundada em 1888.

A esse sítio acorrem então, aflitissimos, o teu vago sorriso

e a vaga maneira como dizes os esses;

 

vêm de muito longe e chegam incompletamente

ao pequeno vulnerável sítio entre

toda a minha vida e toda a minha morte,

quando a minha última recordação atirou já com a porta

e tudo está acabado até a tua respiração

na cama ao meu lado,

e também tu estás morta,

duma forma que já não me importa.

 

Vamos então os dois outra vez

ao longo de certas ruas sombrias e de certos dias

e sorris e falas alto; está calor mas tens as mãos frias,

compramos coisas, visitamos

talvez algum último amigo

sem sabermos que eu já não estou vivo.

 

Poderia ter sido de outro modo?

Poderiam ter sido outras duas pessoas

vivendo a minha e a tua vida, morrendo a minha e a tua morte?

(Mesmo o armador, poderia ter sido outro?)

Aparentemente foi por pouco;

se fosse um pouco mais tarde ou um pouco mais cedo,

se eu não tivesse chegado a casa cansado,

se a louça não estivesse por lavar

e a janela da sala de jantar

não estivesse fechada, se o mundo não tivesse acabado,

nem tu tivesses ido ao supermercado,

e se eu não estivesse cheio de medo.

 

Agora estou voltado para cima,

para onde canras ainda há muito tempo.

Se calhar isto (alguma coisa) vai demorar mas já não me impaciento.

Voltamos, tu e eu, ao mesmo jardim desflorido

onde eu morro sozinho

e conversamos comigo

como com um desconhecido.

Que diremos agora um ao outro?

 

É tarde. Ainda há um momento

me apetecia conversar, agora estou outra vez tão cansado!

Reparaste como o Outono este ano veio por outro lado,

como se fosse pelo lado de dentro?

 

II

 

Estou morto, deitado de lado.

Morte, Vida, Medo, Esperança:

já não estou para aí virado.

Onde vos guardarei agora, lembranças?

 

Talvez também eu seja uma lembrança diante

da lembrança de uma casa também morta,

e talvez ela me abra finalmente a porta

e as escadas brilhem e o corredor cante.

 

Dos meus olhos vê-se um jardim

ardendo em rosas espetado

(os teus olhos ardiam assim em mim:

como um palácio iluminado),

 

um jardim lento (tem muito temoi)

onde eu outra vez entro.

Se me voltasse para trás o que veria?

Ainda os teus olhos, ainda a alegria?

 

Agora que partiste para sempre

segurando-me inultimente a cabeça

talvez tudo te pareça

excessivamente evidente

 

e excessivamente irrisório:

a morte, a vida, os dias sem lugar,

a louça do almoço por lavar,

as meias a escorrer no lavatório.

 

Mas não nos julgues com severidade,

estava a fazer-se tarde

e já ninguém vinha, o melhor

era irmo-nos deitar.

 

Agora, se o telefone tocar,

diz que não estou.

(Sem ironia, o meu coração teme a ironia

quase tanto quanto a perfeição;

 

e sem melancolia:

estávamos a precisar de solidão,

de silêncio, de geometria,

e as nossas lágrimas de uma grande razão).

 

Agora que não estou

(nem tu sabes quanto)

tudo o que passou

sou eu regressando.

 

Os meus passos, não

os ouves nas escadas,

subindo as escadas

como os de um ladrão?

 

 

IV

 

                  Farewell happy fields

                  where joy for ever dwells hail horrors

 

                                             Milton, Paradise Lost

 

 

(Adeus campos felizes; remorsos: adeus.)

Vamos os dois ao longo dos dias felizes

conversando e ouço o que dizes

como se quemfalasse fosse eu;

(adeus palavras, sonhos de beleza,

montanhas desoladas da infância

donde tudo se via: a alegria

e a cegueira do que não se via;)

vês agora o que eu vejo, a minha sombra

caminhando a teu lado num tempo sem sentido,

quando eu ainda não tinha morrido?

 

(Adeus perfeição, adeus imperfeição.)

Às vezes pergunto-me se valeu a pena,

se não haveria outra solução,

se não poderia, por exemplo, ter embarcado

num desses barcos que aparecem sempre

milagrosamente na última estrofe,

e se tu não poderias ter ficado

no cais, ou em alguma metáfora mais

imperiosa, partindo também donde te via,

e se assim não teria tudo sido

menos improvável e menos cansativo.

 

Infelizmente não havia barco onde

coubéssemos eu e as minhas lembranças;

tudo o que havia, tudo o que realmente havia,

a ti o tinha dado

e, dando-to, tinha-to roubado,

e a minha própria morte pairava

entre ti e mim indecisamente,

como uma ideia, não como algo presente.

 

Agora volto a sítios vastos

uma última vez. Com hesitantes passos

subo as escadas e bato à porta

e tu abres-me a porta mesmo estando morta

e mesmo eu estando morto, como se fôssemos

visitados pelo mesmo sonho.

 

 

(FAREWELL HAPPY FIELDS, 1992)

 

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publicado às 20:45


#1762 - Manuel António Pina [18 Novembro 1943 - 19 de Outubro 2012]

por Carlos Pereira \foleirices, em 20.10.12

 

JUNTO À ÁGUA

 

Os homens temem as longas viagens,

os ladrões da estrada, as hospedarias,

e temem morrer em frios leitos

e ter sepultura em terra estranha.

 

Por isso os seus passos os levam

de regresso a casa, às veredas da infância,

ao velho portão em ruínas, à poeira

das primeiras, das únicas lágrimas.

 

Quantas vezes em

desolados quartos de hotel

esperei em vão que me batesses à porta,

voz da infância, que o teu silêncio me chamasse!

 

E perdi-vos para sempre entre prédios altos,

sonhos de beleza, e em ruas intermináveis,

e no meio das multidões dos aeroportos.

Agora só quero dormir um sono sem olhos

 

e sem escuridão, sob um telhado por fim.

À minha volta estilhaça-se

o meu rosto em infinitos espelhos

e desmoronam-se os meus retratos nas molduras.

 

Só quero um sítio onde pousar a cabeça.

Anoitece em todas as cidades do mundo,

acenderam-se as luzes de corredores sonâmbulos

ond o meu coração, falando, vagueia.

 

Poema de Manuel António Pina (UM SÍTIO ONDE POUSAR A CABEÇA, 1991)

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publicado às 17:49


#1761 - ELEGIA BUFA

por Carlos Pereira \foleirices, em 16.10.12

 

... Acuso!

 

Ai vida sem alegria,

Sem desespero nem nada!...

A gente deita-se..., é noite;

Levanta-se a gente..., é dia;

E a mesma porta fechada

Do lado de cada estrada,

De cada lado de cada!,

Finge de guia.

 

Assim, que posso eu fazer

Da minha alegria?!

 

Tinha alegrias profundas,

Só comparáveis

Aos meus desânimos...

                           ... Tenho-as:

Mas esses dons inefáveis

Sobem-me à boca,

Volvem-se em azedume...;

Que eu renho dentes postiços,

Com cárie de verdadeiros.


Protesto...!, e com todo eu.

De que me vale?

Só como

O que me dão a comer

Os carcereiros.

Só bebo

O que me dão a beber.

Só tenho o que não é meu...!

                               ...De que me vale?


("Acima, acima, gajeiro,

Acima, ao tope real!")


Ai tope real quebrado,

E conservado, embrulhado,

No quarto dos quatro muros!...

Eis o meu quarto:

Fechado;

Cortininhas nas janelas;

O tope real a um canto,

Mumificado:

... Como um violino sem cordas.

No chão, passeiam baratas:

Luzidias, bufas, gordas...

Aos cantos, teias de aranha:

... Como frangalhos de rendas

De sonhos empeçonhados,

Com insectos enredados;

Um cemitério de moscas

Pendente

Do tecto recto,

Como um pingente;

E eu..., a passear de alpercatas

E a declamar às paredes

Qualquer velha lengalenga

Com luas e pauis...


(" Vá, ... queres que te conte o conto

Das calças azuis...?")


O cemitério das moscas

Bate-me, às vezes, na testa.

Tropeço em cadeiras toscas

De pé coxinho...

E ao lado, o Senhor Antunes,

Que é meu vizinho,

Escarra tão virilmente

Que faz tremer as paredes...

A bela Dona Praxedes,

Senhora decente

Do quarto da frente,

Rompe vingativamente

Num sarcástico falsete.

E o papagaio da escada

Comente e repete:
"Má-raios de gente!,

"Tudo uma cambada...!

"Má-raios de gente!,

"Tudo uma cambada...!"

São palavras da criada.


Eis o leito em que me deito,

No buraco do meu quarto,

E em que sofro a dor do parto,

Que não acaba,

De Mim Próprio!


(... Clarões, incêndios, sóis, cúmulos,

Asas de anjos sobre cúpulas,

Passagens do Mar Vermelho...)


Eis o meu quarto, que cheira

A cisco, a velho,

E a vida podre e vazia...


Ai vida sem alegria,

Sem desespero nem nada!...

A gente deita-se: É noite.

Levanta-se a gente: É dia...


Boi gasto, sofre o teu jugo!

(... A unha maior, mordi-a:

Sabe-me a boca a sabugo...)

Puxa o teu carro!,

Sofre o teu jugo!,

Arrasta a tua charrua...!

E, se estás gasto de todo,

Podes ficar, alastrado

Na lama da rua...


Num travesseiro de lodo...


E revirando a quem passa

Um olho morto, vidrado,

Redondo, espantado, enxuto,


mas enorme,

Porque atrás dessa vidraça

Deus não dorme!


Poeta

De lábios de infante,

Cabelos de seda,

Sorrisos de luto...,

- Que pairas

Ao canto

Da janela baça?

Que sonho te enreda,

Que tanto

Desvairas?

Retira-te!, enfia

As mangas de alpaca.

E senta-te à mesa, e começa...

Inclina a cabeça,

Co'a língua de fora,

E copia, copia, copia, copia,

Com letra legível e opaca.


Ora agora,

Consegue que goste, e sorria,

Sua Senhoria

O chefe da secretaria.


... Assim, que posso eu fazer

Da minha alegria?


Acuso!, protesto!, acuso!

De que me vale?


... Teus versos,

São sérios, ou mangação?


Não sei o que são!


Tens mesa, e compras toalhas...,

Mas falta-te pão.


São soluços de ironia...


Ninguém tos compreende... E vão

Encher-tos de gralhas

Na tipografia.


... Assim, que posso eu fazer

Da minha alegria?


Que a bola que rebola achei-a pouca,

O tecto baixo e recto me pesou,

Pela frincha da porta o fumo entrou,


Por isso a fonte cantou rouca!


Por isso a fonte cantou rouca,

A fonte que Deus benzeu.


Que o mundo que lá passou

Lá se mirou...


                 , e bebeu!


Por isso, eu...,


              "Por isso grito e gritarei,

              "Do fundo da minh'alma até à morte:

              "Aqui-d'el-rei! Aqui-d'el-rei!"


Poema de José Régio



 

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publicado às 14:36


#1760 - Atahualpa Yupanqui. Los Hermanos

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 20:08


#1759 - Para Vivir - Pablo Milanés

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 19:54


#1758 - "Il n'y a pas d'amour heureux" Françoise Hardy

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 19:28


#1757 - Aretha Franklin - Angel

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 19:06


#1756 - Roberta Flack "The First Time Ever I Saw Your Face" (1969)

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 19:01


#1755 - Etta James - Misty blue

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 19:00


#1754 - Arvo Pärt: Cantus In Memory of Benjamin Britten

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 02:52


#1753 - Recuerdos de la Alhambra / Narciso Yepes

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 01:45


#1752 - Paco de Lucía Concierto Aranjuez - Adagio

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

Para preservar a sanidade mental depois do anúncio "do enorme aumento de impostos"

 

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publicado às 01:31


#1751 - Sarah Vaughan: Shadow of Your Smile 1964

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 01:05


#1750 - Sarah Vaughan "Wave"

por Carlos Pereira \foleirices, em 13.10.12

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publicado às 00:51


#1749 - Mo Yan, Prémio Nobel da Literatura 2012

por Carlos Pereira \foleirices, em 12.10.12

 

Mo Yan, escritor chinês, é o vencedor do Prémio Nobel da Literatura 2012. O único livro traduzido em Português, "Peitos grandes e ancas largas" é editado pela Ulisseia.

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publicado às 11:52


#1748 - Frases

por Carlos Pereira \foleirices, em 12.10.12

"Temos uma elite de pessoas mal-educadas a conduzir pessoas bem formadas"


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/temos-uma-elite-de-pessoas-mal-educadas-a-conduzir-pessoas-bem-formadas=f759327#ixzz292QKngPT

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publicado às 00:57


#1747 - Questões de semântica

por Carlos Pereira \foleirices, em 12.10.12

Nada pior que ser governado por gente manhosa.

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publicado às 00:11


#1746 - Prémio da União Europeia de Literatura 2012

por Carlos Pereira \foleirices, em 09.10.12

 

Afonso Cruz está entre os doze escritores vencedores do Prémio da União Europeia de Literatura 2012 com o seu livro "A Boneca de Kokoschka" (Quetzal). O prémio, no valor de 5 mil euros, permite que os vencedores tenham prioridade de acesso a um programa da União Europeia, para que o seu livro seja traduzido em várias línguas.

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publicado às 18:43


#1745 - Tori Amos - Flavor (2012 Gold Dust Orchestral Version)

por Carlos Pereira \foleirices, em 07.10.12

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publicado às 01:06


#1744 - Provérbios

por Carlos Pereira \foleirices, em 06.10.12

Quando rico rouba, é engano; quando o pobre se engana, é roubo.

 

Provérbio judaico

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publicado às 16:38


#1743 - Provérbios

por Carlos Pereira \foleirices, em 06.10.12

Com dinheiro, faz-se falar so mortos; sem dinheiro, nem se consegue calar os mudos.

 

Provérbio chinês

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publicado às 16:35


#1742 - Julia Holter - Our Sorrows (Official Music Video)

por Carlos Pereira \foleirices, em 03.10.12

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publicado às 23:56


#1741 - Nils Frahm - Ambre

por Carlos Pereira \foleirices, em 03.10.12

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publicado às 23:38


#1740 - Jack Northover

por Carlos Pereira \foleirices, em 03.10.12

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publicado às 01:23


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