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EXPOSIÇÕES
Instalação
Há setenta anos desceu de Arões, que fica ainda acima de Arouca, um moço que veio trabalhar para as terras do meu Avô em Cucujães. O Quim trazia consigo os saberes da serra, coisas nunca antes imaginadas nas terras planas de Santa Maria, extraordinários inventos, que a serra engendrava. Um dos mais bonitos era afinal um piano movido a água, em que martelos gigantes basculavam pela gravidade de colheres em madeira que, enchendo lentamente de água, caíam em desequilíbrio sobre sonantes latas. “Malhôs”, como se chamavam, serviam para espantar a natureza, dando fuga aos coelhos bravos que entravam nas hortas e aos lobos famintos que rondavam as casas. Junto de minas ou de levadas, conduzia-se a água por caleja até à máquina, deixando-a a tocar sozinha, como uma máquina de marcar o ritmo, das sonoridades da serra.
Recriar o Malhôs foi sobretudo um exercício de imaginarius, movido pelo desejo de reconstruir as paisagens que já não há. Esta é uma máquina de fazer rios, que também serve para animar espíritos.
O projecto de participação da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto no Imaginarius, coordenado por três docentes, integra a participação de algumas dezenas de alunos em diferentes estágios de formação e provenientes de diversos cursos desta instituição.
Fundado no conceito geral Import/Export, o grupo de trabalho desenvolveu diversos projectos originais, pensados para o evento, relacionados com a memória colectiva, com o estar em festa e com a cultura material, onde a interactividade e a relação com a comunidade local e público em geral foram as preocupações base.
Importar e Exportar produtos, bens, serviços e cultura define o ritmo da nossa contemporaneidade no contínuo elaborar do nosso futuro, com relação directa à evolução económica, mas também cultural, no encontro/acordo/confronto das alteridades.
Assim, parece não existir nada mais fundamental do que a ideia de troca apoiada por uma habilidade de comunicação que estreita diferenças e distâncias.
IMPORTA/EXPOR-TE pretende expor os nossos produtos artísticos, para instigar processos de aceitação/eleição e promover a troca, organizando um comércio que resultará num inport/export contínuo, apoiando uma comunicação que estreitará as nossas diferenças e distâncias.