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O escritor e académico francês Maurice Druon faleceu terça-feira, aos 90 anos, na sua residência em Paris, informou a historiadora e politóloga Hélène Carrère d`Encausse, da Academia Francesa.
Nascido em Paris a 23 de Abril de 1918, no seio de uma família de origem russa, Druon, gaullista incondicional, combateu na resistência francesa à ocupação nazi. Com o também escritor Joseph Kessel, seu tio, compôs "Le chant des partisans", o hino dos resistentes.
Correspondente de guerra na África do Norte e durante as campanhas da França e da Alemanha, publica, já em tempo de paz, o seu primeiro romance, "La Dernière brigade".
Analisa depois a alta sociedade francesa em três romances, todos com tradução em Portugal: "As grandes famílias", de 1946, distinguido com o Prémio Goncourt, "A queda dos corpos", de 1950, "Encontros nos infernos", 1951, este último alvo da censura portuguesa.
Druon consagrou grande parte da sua carreira à defesa da língua francesa.
"Era um amigo muito querido, é uma perda imensa para a Academia. Ele era a memória da Academia", disse Hélène d`Encausse, também de origem russa.
A obra literária de Druon inclui ainda o ciclo "Os reis malditos" - de que estão publicados em Portugal "O reino de ferro" e "As rainhas estranguladas" -, "Alexandre le Grand" (1958) e "Les Mémoires de Zeus" (1963).
Eleito em 1966 para a Academia Francesa, em Abril de 1973 é nomeado ministro dos Assuntos Culturais, sob a presidência de Georges Pompidou, ao mesmo tempo que assume responsabilidades políticas no seio do partido gaullista RPR.
Ensaísta ("La Culture et l`Etat", 1985), dramaturgo ("Un Voyageur", 1954, "La Contessa", 1961), foi eleito secretário perpétuo da Academia Francesa em Novembro de 1985. Demite-se deste cargo em Outubro de 1999 e publica ainda vários ensaios.[rtp.pt]