Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Oreste Zevola
A mão que estendes é o prolongamento da tua boca.
Os teus dedos, a
língua húmida escondida
na vergonha da fala;
tu não falas,
por pudor, receio;
apenas gesticulas com o coração
- vê-se nas pequenas gotas que iluminam o teu peito -
são as tuas palavras visíveis,
incandescentes
escritas por pequenos pontos
em redor dos teus mamilos, e
que, nas madrugadas de corpo perro,
se refugiam no teu umbigo
porque, enfim, já estás só na companhia do teu corpo,
o lugar onde as falas não precisam de ser
explicadas, gritadas, escritas.