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O tempo, este nosso tempo, está estranho como este mundo, este nosso mundo;
"Reivindicações" despropositadas e provocadoras, e é o começo de conflitos que ninguém dá importância e que rapidamente se transformam em guerras que ninguém sabe quando acabam
Ajoelho-me perante o desconhecido; não é por medo.
É por humildade.
Os dias passam e a idade vai avançando
O tempo esgota-se
E o fim aproxima-se
Inexorável.
Imagino um soldado que, depois da guerra traga o espelho que o acompanhou
nos dias duros, se olhe nele e pense: como o espelho muda; como o rosto muda.
O Orçamento para o ano 2022 não foi aprovado. Os elos que suportavam o governo não aguentaram a pressão de perdas eleitorais sucessivas e partiram...
Se eu fosse borboleta, assumia como minha casa o teu coração.
Há duas coisas verdadeiramente infinitas, o universo e a estupidez humana
Einstein
"Os que falam de mim dizem que sou pobre de espírito; talvez nem tenha espírito. Existo como um fruto, um copo de vinho, uma árvore", diz um bobo em "O Tempo Esse Grande Escultor", de Marguerite Yourcenar.
O pecado não existe -
insistia a minha avó.
Apenas o arrependimento -
ou a falta dele.
O poder devastador de um "bichinho" microscópico que consegue, de forma cínica, pôr a nú as fragilidades, os valores, a arrogância e o "poder" da humanidade, e revelando quanto somos estúpidos ao pensar que a nossa inteligência - ou a falta dela - faz de nós os donos e senhores do planeta.
Como transformar as incertezas em certezas sem pôr em causa o fundamental da incerteza que é a busca de respostas para as dúvidas e interrogações que a incerteza contém?
Um problema só é problema se tiver silução; se o problema não tiver solução, então não temos problema.
Os dias correm súbitos. Fogem das próprias sombras, dos medos e incertezas como adolescentes que ruborizam perante o olhar irónico e prometedor das raparigas num bailarico de domingo.
Apenas meia dúzia de passos separava os lugares que agora têm outros nomes: de gente conhecida, de gente que ninguém conhece ou que nenhuma importância tiveram. Questões de vaidade.
A porosidade do tempo, cuja geometria partiu em pedaços mais longos a alma, o carácter e a fraternidade dos antigos lugares que poucos já conhecem, e que apenas a idade certa permite identificar cada um dos territórios onde ganhamos raízes e memórias que jamais se perderam apesar da distância temporal e afectiva que a cronologia dos dias vai impondo e derramando sobre as nossas cabeças singulares sombras de anémico esquecimento.
Os lugares eram o mundo. O nosso mundo. As nossas possessões. Lugares de brigas e descobertas, de encontros furtivos, de brincadeiras, da inocência. Lugares com nomes poéticos, românticos, ancestrais e que identificavam com rigor cada membro dessas pequenas comunidades. As pessoas eram os lugares e os lugares eram as pessoas com as suas peculiaridades, personalidades, carácter. E os cheiros. Como eram importantes os cheiros e os sons produzidos por animais e pessoas nas suas labutas diárias.
Pois, os lugares tinham nome; as pessoas tinham nome - Pontão, Eiras de Cima, Eiras de Baixo, Misericórdia, Reboleiro, Santo André, Ameal, Milheirós, Remolha, Calvário, Cavaco, Velha, Picalhos, Lambro, Pombos, Moinhos, Piedade, Lavandeira, Rossio, Montinho, Além-do-Rego, Cruz, Seixo, Balteiro, Penas, Vila Boa...
Hoje somos, cada vez mais, anónimos figurantes, ou apenas um código de barras, um algoritmo, números. Apenas isto; e os lugares de outrora que eram o centro do nosso mundo modificaram-se e hoje a geografia reflecte novas atitudes, novos comportamentos e o umbigo passou a ser o centro do nosso mundo.
Há idiotas que gostam de se ouvir. Julgam-se capazes de falar sobre tudo mas não entendem o que dizem.
OS CULPADOS SÃO OS ALIENÍGENAS
A ponte cai, a culpa é da enguia;
A floresta arde, a culpa é do raio;
Pessoas e bens são destruídos pelo fogo, a culpa é do corisco;
A estrada é engolida pelo vazio, a culpa é do gafanhoto;
Depois de muitos inquéritos, investigações, comissões... as conclusões:
"Os culpados são os alienígenas."
Ponto final!!!
Dizia-me ele:
O que conta é o momento, a sinceridade, defender as convicções, a bofetada, a provocação, o murro no peito.
O resto é vaidade e o exibicionismo de palavras doces e bonitas para enganar tolos.
O que conta, dizia-me ele, é o momento, o instante. Aproveita-o, pois não existe o presente. Apenas passado e futuro. O presente não existe, é apenas uma singularidade excêntrica do tempo. Só se este parasse o tempo suficiente para então ser presente.
Dizia ele:
O que conta é mesmo o momento, a verdade, a simplicidade. O resto, bem o resto, reserva-o no coração, o lugar onde guardas o teu passado e o futuro que num espasmo de um sopro será passado.
Somos estúpidos ou estamos desesperados?
Quando temos a liberdade de escolher os líderes, a quem damos o nosso aval, para governar "as coisas públicas", e essa escolha recai em indivíduos cuja vaidade atrapalha a sua pouca inteligência, e exibem, sem pudor, a sua ignorância como se fosse uma virtude, revelando a falta de sentido de Estado, de ideias, de princípios e de ideologia, explorando os medos mais básicos de homens e de mulheres, somos estúpidos ou estamos desesperados?
Está a ser o tempo dos novos rufias da política e dos homens grotescos que prometem resolver as difíceis questões que o mundo atravessa através da violência, da intimidação e da pancada como remédio para resolução dos problemas
O mundo atravessa tempos conturbados. E o bom senso recomenda prudência e inteligência para ler os sinais e compreender o passado. A ignorância, a vaidade e a arrogância de um líder é a caixa de fósforos na mão de um pirómano e pode matar muita gente.
Apesar de estarmos desesperados, não sejamos estúpidos.
Quem disser: "Nunca tive dias difíceis, maus momentos... a minha vida é perfeita"...
ou é Deus, tolo, mentiroso, ou um grande idiota.
Diz-se:
Devagar se vai longe...
Só que ir devagar demora mais tempo a chegar aonde queremos ir e, por isso, não ter tempo para lá chegar.
Estou no café onde habitualmente bebo a minha bica. A dois passos da minha mesa, um casal. Ela numa dança frenética dos seus dedos com as teclas do telemóvel; ele comentando em voz alta as notícias nas quais tropeçava.
- Estás a ver, este é o Mário Nogueira do sindicato dos professores. Tem cara de diabo...
- Não conhecia!
respondeu ela passando um olhar rápido e distraído sobre a fotografia e sem deixar de matraquear as sofredoras teclas do telemóvel...
Estes sindicalistas, disse o homem com voz zangada, e vai receber de reforma 20 000 euros quando se reformar. É como aquele comunista o Carlos Carvalhas que recebe de reforma 60 000 euros.
Levantei-me da mesa e pensei: a estupidez é o resultado da combinação da ignorância com o convencimento e de não se ouvirem quando falam.
Os homens que nascem sem alma são umas bestas sem sensibilidade e completamente desprovidos de inteligência emocional e afectiva; logo o presidente americano já nasceu sem alma.
Quanto maior a expectativa maior o desassossego.
Quanto maior o desejo maior a angústia.
Há homens que gostam de exibir a sua virilidade ao promover e provocar conflitos. Mas na realidade o que exibem é a sua imbecilidade.
Foto: Ameer Alhalbi/Reprodução
Homens graúdos disputam contra outros homens graúdos, e usam a força e o poder para despejar sobre gente muito mais pequena os seus brinquedos de estimação que matam, mutilam e destroem, julgando que é desta maneira que resolvem as suas diferenças e os conflitos.
Palavras rugosas naufragam nos meus ouvidos por não terem qualquer valor, significado, afecto e emoção. Por que não prestam afogo-as num mar cínico e sarcástico acompanhadas por uma assassina gargalhada.
Viver é morrer devagarinho todos os dias.
Conforme os cânones da Igreja Católica, a Quaresma é o tempo de reflexão e penitência, silêncio e introspecção, humildade. É o tempo para entender o significado e o propósito da morte e ressurreição do homem que sacrificou a sua vida para salvar a humanidade.
Tudo é espectáculo, folclore. E em nome dos chamados "Roteiros Religiosos" banaliza-se o sagrado tornando-o numa grande algazarra, pompa e circunstância onde o que verdadeiramente interessa aos seus promotores são números e talvez um qualquer prémio que enriqueça o curriculum.
Usar as palavras novas, as palavras deste tempo para responder às perguntas já feitas no passado com as palavras daquele tempo.
As respostas serão diferentes?
É trágico quando arrogam a sua superioridade moral e ética para justificar o preconceito, e suportam as suas convicções e aldrabices na ignorância, estupidez e rancor. É o poder nas mãos de homens pequeninos cujo mundo tem como limites os tapumes dos seus quintais.
Mais trágico ainda é a imbecilidade ser legitimada pelos povos nos seus actos eleitorais.
Espero o vento que há-de trazer as notícias das terras frias do norte.
Espero pacientemente o momento do derrame sobre as palmas das minhas mãos de todas as palavras que ouviu durante a sua longa viagem até às terras quentes do sul. E as guardarei em sítio mais adequado da minha memória. E para não esquecer as gravarei bem fundo em pedra que resista à erosão dos tempos - para memória futura.
Depois, o vento descansará no chão quente da minha casa, e quando for o tempo , fará a viagem mais para sul em direcção a outro continente onde alguém estará à espera.
Só assim se constrói o futuro.
Se preserva e enriquece a memória.
Se compreende as diferenças.
Se apazigua o passado.
Se salvará a humanidade.
O corpo encerra dentro de si diferentes silêncios, feitos de palavras importantes e sagradas, que nunca devem ser ditas em profanas conversas, para que não percam a magia da exaltação e do mistério.
Quando estivermos perto do fim,
ao avistar o sinal que anuncia o fim da estrada,
o que há para além do precipício?
Quando tudo parecer acabar,
o que haverá para além do tempo, da matéria e da luz...
um novo sopro?
Silêncio:
O pensamento sentado num sofá de veludo a observar o peixe no aquário.
O corpo que respeitosamente se dobra e toca a terra com a boca, com o propósito de exorcitar pecados velhos e enxotar antigos medos.
A terra agradece o respeito mas desconfia de tamanho empenho, porque são aflições do momento.
O cavalo tem nobreza e elegância;
A raposa tem astúcia e inteligência;
O político é apenas um animal manhoso.
O silêncio é, muitas vezes, mais subversivo e revolucionário do que a tagarelice de um discurso.
A política é a arte da mentira e da sedução.
Eu sei que a palavra dita corrompe a palavra escrita e as estações, sítios de embarque e desembarque, abraços e despedidas ou simplesmente de passagem.
Eu sei quando os rostos diurnos revelam os excessos da noite comprida, e que um sorriso pode ser amarelo, vermelho ou de um branco complacente.
Eu sei que o sol nasce todos os dias, acorda sempre do mesmo lado e, às vezes, de humores difíceis e que a corrupção é o pecado original do homem aquando da perda da sua inocência; e o seu fim só com o seu fim. Alguém conhece outra maneira?
Eu sei que a nudez não é uma estátua e que ter um pensamento fora do estabelecido é, em alguns casos, passível de causar a morte.
Eu sei que é bom regressarmos aos lugares onde já fomos felizes e que uma mentira mil vezes repetida continuará a ser uma mentira.
Eu sei que um pássaro todos os dias me espreita da janela do meu quarto.
Eu sei que é um delator.
O prazer é redondo
A dor, uma violenta aresta
Uma circunferência marcada a giz no centro da praça. A oliveira é a extremidade do raio e marca o centro do pequeno mundo do minúsculo povoado.
Dentro da circunferência cabe tudo: pessoas, casas, animais, hortas, os sonhos, os desacatos, o riso, a lágrima furtiva e a pequena maldade. Só a inveja ali não tem lugar, há muito tempo expulsa.
A Palavra fica magoada quando a ingratidão é gritada por indecorosa e cínica gargalhada.
Como seriam as noites de Verão se os grilos não iluminassem o silêncio com os seus estridentes cantos?
É patético, ridículo e às vezes dramático, ouvir o discurso, o argumento, o pensamento - ou a falta dele - e até a respiração irritante dos membros do partido político que foi poder e agora está na oposição e vice-versa. Tem dias que ouvi-los é como receber coice de cavalo no sítio mais abaixo da barriga.
O nosso verdadeiro inimigo está quase sempre dentro de nós.
Espero pacificamente sentado que chegue a minha vez para acalmar o desespero da espera
E um homem veio ter comigo com um macaco doente nos braços e disse:
Cura o meu macaco.
Não sei curar animais, não têm alma.
William Burroughs
A caravana pára quando o cão ladra, a raposa passeia por vinha vindimada e o gato mia anunciando o mês de Fevereiro.
Chuva - águas que rebentam de nuvens grávidas.
Estavas na linha do vento, por isso soube que eras tu.
Sabemos que os dias estão intranquilos porque as andorinhas deixaram de voar.
Uma gaivota é um peixe que escolheu o céu para nadar.
A violência física, verbal, psicológica exercida sobre os mais fracos e sobre todos aqueles que ousam ser diferentes.
A campainha toca
Abro a porta
Pergunto quem é
Ridículo
Disparate
Perguntar quem é depois
da porta aberta
Sou um assaltante disse
com modos polidos numa voz severa
Aponta-me um crachá
Levanto os braços
Rendo-me perante tanto poder:
Era do fisco e de mais outra coisa qualquer
A hipoteca da liberdade individual em nome de uma falsa segurança
Um homem em cima de outro homem
não o torna mais alto
mais forte
mais sábio
mais generoso
Um homem em cima de outro homem
não duplica as suas qualidades
Um homem em cima de outro homem
torna-o apenas mais brutal
A notícia espalhou-se pela noite fora como incêndio em palheiro farto. As corujas assustadas procuraram novos poleiros. A notícia soava terrível: Um rato pariu uma montanha, dissera-lhes o vento soprado do norte. Interrogaram-se "como é possível alguém tão minúsculo transportar no corpo tamanho pecado!".
Vivemos o tempo dos pequenos homens: imbecis, arrogantes, ignorantes, incultos
Só a Luz (conhecimento) tem o poder de incendiar e iluminar as trevas.
O silêncio é muitas vezes mais eloquente que o ruído das grandes declarações.