Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
NÂZIK AL-MALÂ' IKA (1926-2007)
a noite pergunta quem eu sou.
sou o seu profundo segredo,
inquieto e negro, seu rebelde segredo.
meu ser escondi dentro do silêncio.
meu coração envolvi em conjecturas
para aqui fiquei, pálida, inerte,
a ver os séculos que se interrogam:
quem sou eu?
o vento pergunta: quem sou eu?
sou o seu assombrado sopro, renegada do tempo,
tal como ele, não tenho lugar.
sem fim seguimos caminhando,
eternamente passando e, lá no cume,
encontramos apenas o limite da miséria
e então o vazio.
o tempo interroga-se: quem sou eu?
como ele, sou uma altiva que devora os tempos
e lhes confere vida novamente.
retrato o longínquo passado
como esperança fácil, sedutora,
e volto eu própria a sepultá-lo.
assim posso forjar-me um ontem diferente
e um futuro perplexo.
meu ser pergunta-se: quem sou eu?
como ele caminho, fixa nas trevas
sem nada receber da paz.
e vou sempre perguntando
mas a resposta é ela também uma miragem,
e embora a creia próxima - como sempre -
ao aproximar-se, dissolve-se.
desaparece.
morre.
POEMA DA POETISA IRAQUIANA NÂZIR AL-MALÂ' IKA
______________________________________________________________
Nació en Bagdad, en 1923, en el seno de una familia culta: su madre escribía poesía y su padre también era poeta, además de editor y profesor de árabe. Aficionada a la poesía desde temprana edad, a los diez años escribió sus primeros poemas en árabe clásico y continuó escribiendo y publicando poemas en revistas y periódicos durante su periodo de formación en el Higher Teachers' Training College de Bagdad, donde se graduó en 1944. A la vez, se interesó por la música y aprendió a tocar el laúd en el Fine Arts Institute.También estudió inglés y francés y obtuvo una beca para estudiar en la Universidad de Princeton... Leer más
O CARTEIRO
que queres tu carteiro?
estou longe do mundo
sem dúvida estás equivocado...
já que nada de novo há
que o mundo possa trazer a este fugitivo.
o que era
é ainda costume:
sonhar
ou enterrar
ou evocar
enquanto a gente tem ainda seus festejos
e seus funerais juntando festa com festa
seus olhos desenterrados em suas mentes
outro osso para uma nova fome.
a china ainda tem a sua muralha
um mito apagado e um destino em repetição
a Terra tem ainda o seu Sísifo
e uma pedra que não sabe o que quer.
carteiro
sem dúvida estás equivocado...
já que nada é novidade
volta à estrada
já que a estrada tanta vez te trouxe.
e que queremos nós?
Poema do Iraquiano, Buland Al-Haydari
In “Age of the Rubber Seals,” al-Haidari longs for a better time beforehand, before all of the chaos and agony settled into his homeland. The imagery of “whips rasping on our skins” and “chains without crime” highlight the political crisis and anguish in his lifetime. “Return to us our old eyes so we can see the victory that looms in defeat,” he says, wistfully. “We’re bored with your face plunged in rubber implanted in the earth in crime.” This poem expresses an angst that nearly every teenager can relate to, yet it is beneficial to the older generation as well, because poems like these are a wake-up call that things are not all right. Even in translation, one can still feel the impact of this poem.
Age of the Rubber Seals
Oh Age of ours
(Age of rubber seals,
of whips rasping on our skins,
of chains without crime)
Return to us our old eyes
our grim, black doors open
to night and gale.
Return to us our shadows
shaken by trembling candlelight
in the dark night.
Return to us
our children bare in winter’s anger;
their little hands craving to tear down the sky.
O Age of ours
(Age of rubber seals,
of chains without crime,
of rasping whips)
Return to us our old eyes
so we can see the victory that looms
in defeat.
Erect for us
from the feet of locusts in our desert
from the dry cactus
from the limbs of our dead sons
scaffolds that charge us
with anger that can carry us
on a great song
We’re bored with your face plunged in rubber
implanted
in the earth
in crime.
From Salma Khadra Jayyusi, ed., Modern Arabic Poetry: An Anthology (New York: Columbia University Press, 1987): 243-44.