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ESTADO SEGUNDO
No meio duma vedação circular, esperava a ocasião favorável
a ignominiosos projectos de entrada. E todas as noites, depois
do jantar, a comissão de dança abarrotava de gente.
Examinaram o anel pondo-o de parte, ainda dentro do quarto.
Qualquer coisa ardia ao contrário, com frieza de ânimo e contrariamente à expectativa.
Fixaram, também, com virginal indignação, o grande quadro a óleo que pendia do tecto,
certamente um ex-militar pois no seu casaco farraposo havia fitas de medalhas.
A cancela rangia docemente quando, na mão de alguém, uma ponta de preocupação se tornou de um
cinzento pouco recomendável.
- Não, muito obrigado...
O dia surgiu a partir da fachada. Não havia neles cabelos bancos nem uma só linha que estivesse seca.
POEMA DE MÁRIO CESARINY RETIRADO DO LIVRO "POESIA", PÁGINA 265, EDIÇÃO ASSÍRIO & ALVIM (PORTO EDITORA), NOVEMBRO DE 2017