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Se te encontrasse, agora, na paisagem
nocturna dos fantasmas da cidade,
contava-te dos nossos pobres versos
no teu rasto de sombra e claridade
Contava-te do frio que há em medir
a distância entre as mãos e as estrelas,
com lágrimas de pedra nos sapatos
e um cansaço impossível de escondê-las
Contava-te - sei lá! - desta rotina
de embalarmos a morte nas paredes,
de tecermos o destino nas valetas
De uma história de luas e esquinas,
com retratos e flores da madrugada
a boiarem na água das sarjetas.
Diniz Machado,
13 de Fevereiro de 1994
Soneto oferecido a José do Carmo Francisco por ocasião do seu 47º aniversário
Diniz Machado morreu hoje em Lisboa aos 78 anos.
Nasceu a 21 de Março de 1930, em Lisboa.
Foi jornalista desportivo no Record, Norte Desportivo, Diário Ilustrado e Diário de Lisboa.
Foi crítico de cinema e editor da revista de banda desenhada Tintin
O QUE DIZ MOLERO, publicado em 1977, foi um grande sucesso, e foi traduzido em espanhol, búlgaro, romeno e alemão.
Sob o pseudónimo Dennis McShade, escreveu alguns policiais na colecção Rififi, que estão agora a ser reeditados pela Assírio & Alvim.
Nas décadas seguintes escreveu "Discurso de Alfredo Marceneiro a Gabriel Garcia Marques" (1984), "Reduto Quase Final" (1989) e "Gráfico de Vendas com Orquídea" (1999), livros que considerou, no entanto, esquecidos pelo público e ignorados pela crítica.