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#1253 - Jose James. The Dreamer

por Carlos Pereira \foleirices, em 28.03.10

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publicado às 20:32


#1252 - Cartaz para um dia especial

por Carlos Pereira \foleirices, em 28.03.10

A Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas assinala o Dia Internacional do Livro Infantil com um cartaz da autoria de Madalena Matoso, vencedora da 13ª edição do Prémio Nacional de Ilustração, a distribuir pelas bibliotecas municipais e livrarias, e propõe ainda um novo passatempo para crianças dos 8 aos 12 anos.

In Revista Ler

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publicado às 20:21


Novo romance histórico de Isabel Stilwell

por Carlos Pereira \foleirices, em 28.03.10

Dona Amélia, a última Rainha portuguesa, foi uma mulher determinada e com capacidade de ultrapassar as dificuldades, disse Isabel Stilwell, autora do romance histórico “D. Amélia”.

 

A jornalista e escritora disse que “os romances históricos são um meio de trazer o passado até ao presente” e defendeu que podem servir como manuais de História. “Tudo o que sei da História de Inglaterra foi através dos romances históricos que li”, asseverou.

“É importante conhecer o passado para perceber o presente e o futuro, e a História não pode cristalizar nos manuais escolares”, defendeu a escritora, para quem a História é muitas vezes leccionada de acordo com certas ideologias de regime. “Para nos aproximarmos das personagens históricas e para percebermos as épocas, precisamos de recriar com o máximo de emoção e diversidade e com uma grelha histórica rigorosíssima por detrás, como é o meu caso. Senão não conseguimos trazer o passado ao presente”, defendeu.

A narrativa do livro “D. Amélia. A rainha exilada que deixou o coração em Portugal”, editado pela Esfera dos Livros, começa em 1871, quando a família Orleães atravessa o canal da Mancha para voltar a França, pondo fim ao exílio que foi decretado à Família Real pela República Francesa; Maria Amélia Luísa Helena de Orleães contava cinco anos. Ao longo da narrativa são transcritas várias cartas de e para a Rainha, entre elas, uma que Dona Amélia envia de Biarritz ao filho D. Manuel a propósito do seu casamento com Luísa de Battenberg, que a autora julga ser até agora desconhecida.

Se o canal da Mancha é o primeiro cenário, ao longo do livro de 542 páginas há vários cenários desde o Castelo de Eu na Normandia a Paris, onde se celebra uma pomposa festa de noivado sem D. Carlos, o Palácio de Belém ou o das Necessidades, até ao Castelo Bellevue (próximo de Paris). A ideia, disse Isabel Stilwell, foi conseguir “uma imagem próxima e real da Rainha, equidistante do que escreveu a História pró Monarquia ou a História pró República.

Amélia teve “uma educação rigorosa, com algumas chapadas da mãe, Maria Isabel de Orleães, com um sentido de dever e de missão, mas calorosa, num ambiente afável, em que se percebe que há uma relação calorosa e de clã”. Para a autora, aquela que foi a última Rainha de Portugal, pelo casamento com D. Carlos, “com o tempo tornou-se mais dura e com as defesas aguerridas porque passou por sofrimentos e era uma mulher determinada que teve a capacidade de superar os obstáculos e as tragédias”, entre estas a morte de dois irmãos ainda crianças e os assassinatos do marido e do filho em Fevereiro de 1908.

 

In Jornal Público

 

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publicado às 19:58


#1250 - Prémio PEN/Faulkner entregue a Sherman Alexie

por Carlos Pereira \foleirices, em 23.03.10

O autor norte-americano Sherman Alexie recebeu hoje o prémio PEN/Faulkner de ficção pelo seu livro de contos "War Dances", que não se encontra traduzido em Portugal.

 

O prémio, anunciado hoje pela Fundação PEN/Faulkner, consiste em 15 mil dólares. O galardão existe desde 1981 e já foi entregue a autores como Philip Roth (2007, 2001, 1994), E.L. Doctorow (2006, 1990), John Updike (2004) ou Don DeLillo (1992).

O mesmo autor já tinha sido premiado, em 2007, pela obra "The Absolutely True Diary of a Part-Time Indian" com o National Book Award para literatura juvenil.

Os finalistas desta edição do PEN/Faulkner eram Barbara Kingsolver, Lorraine M. López, Lorrie Moore e Colson Whitehead.

 

In Jornal Público

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publicado às 22:48


#1249 - Que dirá Deus da sua Igreja?

por Carlos Pereira \foleirices, em 23.03.10

Nos anos que levo de vida tenho ouvido a Igreja Católica "desculpar-se" por crimes inomináveis, do género dos que hoje se classificariam de crimes contra a humanidade (de fora foram ficando séculos de crimes "menores", como o homicídio, a tortura, a guerra ou a escravidão).

Trata-se de uma organização que habitualmente enche os ouvidos dos fiéis de moralismo sexual (basta ouvi-la falar de divórcio, casamento homossexual, aborto) e que, enquanto isso, encobria milhares de abusos sexuais de crianças praticados no seu seio. Agora, quando já não é possível continuar a encobri-los, o Papa vem de novo pedir "desculpa", mas omitindo qualquer sanção quanto a abusadores e encobridores (ele próprio terá participado nesse encobrimento quando arcebispo de Munique e Freising). A hipocrisia foi ao ponto de, um dia depois, o Papa ter exortado os católicos a não se assumirem como juízes "dos que cometem pecados". É em alturas assim que um ateu como eu lamenta que não haja um Deus que julgue gente desta. E, pelo seu comportamento, cada vez me convenço mais de que a própria Igreja está também convicta disso.

In "JN"

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publicado às 22:43


#1248 - Rupturas

por Carlos Pereira \foleirices, em 22.03.10

alexandra de pinho

 

Rasgo a folha de papel

E geme o silêncio

 

Rasgo o momento do sonho

E ouve-se o grito abafado da bofetada

 

Rasgo o instante húmido do gemido

E roubas-me a alma

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publicado às 22:01


#1247 - Lançamento da revista ‘Ítaca’

por Carlos Pereira \foleirices, em 22.03.10

ithaka2

Eis uma nova revista literária, Ítaca, fundada por três investigadores do Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa: André Simões, J.P. Moreira e Tatiana Faia. «Cadernos de Ideias, Textos & Imagens» é como o trio define a coisa. O primeiro número vai ser lançado esta tarde na Livraria Trama, a partir das 19h00, com apresentação de Fernando Pinto do Amaral.
Mais informações no blogue da revista.

 

Post retirado do blog "Bibliotecário de Babel"

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publicado às 21:48

O escritor chileno Hernán Rivera Letelier venceu hoje o Prémio Alfaguara de Romance, considerado um dos mais prestigiados galardões de língua espanhola, com a obra “El Arte de la Resurrección”.

 

O anúncio do vencedor do prémio, no valor de 175 mil dólares (cerca de 129 mil euros), foi feito pelo presidente do júri, o romancista Manuel Vicent, num encontro com escritores e jornalistas realizado na sede do grupo editorial Santillana, em Madrid.

O romance distinguido desenrola-se no deserto chileno, nas primeiras décadas do século XX, e narra as andanças de um iluminado, o “Cristo de Elqui”. O júri elogiou o “alento e a força narrativa” que a obra contém, bem como “a criação de uma geografia pessoal através do humor, do surrealismo e da tragédia”.

Poeta, contista e, sobretudo, romancista, Rivera Letelier (nascido em Talca, em 1950) é um dos escritores de maior êxito do seu país. Publicou, entre outros, os romances “La Reina Isabel Cantaba Rancheras”, “Himno del Ángel Parado en una Pata”, “Fatamorgana de Amor con Banda de Música”, “El Fantasista”, “Mi Nombre es Malarrosa” e “La Contadora de Películas”.

O romance “El Arte de la Resurrección” será publicado simultaneamente em Espanha e na América Latina. Distinguido por duas vezes com o Prémio do Conselho Nacional do Livro, Rivera Letelier foi mineiro nas salinas do deserto chileno de Atacama, “o mais cabrão do mundo”, como ele costuma dizer, e nesse cenário situou vários dos seus romances.

Em jovem, era o único mineiro que utilizava a biblioteca da sua aldeia. Começou a escrever aos 21 anos, literalmente “por fome”, segundo contou em mais do que uma ocasião. Foi com essa idade que saiu pela primeira vez do deserto e começou a percorrer o seu país.

Estendido numa praia, com a barriga a dar horas, ouviu num rádio roubado por um amigo que ia haver um concurso de poesia cujo primeiro prémio era um jantar num hotel de luxo. De imediato, as musas o inspiraram e escreveu um poema de amor de quatro páginas, com o qual ganhou o certame.

À XIII edição do Prémio Alfaguara, candidataram-se 539 originais, dos quais 194 procedentes de Espanha, 102 do México, 100 da Argentina, 34 da Colômbia, 25 dos Estados Unidos, 23 do Equador, 17 do Peru e 14 do Chile.

Na edição passada, o prémio foi atribuído ao escritor argentino Andrés Neuman, pelo romance “El Viajero del Siglo”, ao passo que em 2008 foi distinguido Antonio Orlando Rodríguez, escritor cubano residente em Miami, com a obra “Chiquita” (publicado em Portugal pela QuidNovi), em 2007 o espanhol Luis Leante, com “Mira Si Yo te Querré”, e em 2006 o peruano Santiago Roncagliolo, com “Abril Vermelho” (publicado em Portugal pela Teorema).

Venceram ainda o galardão Sérgio Ramírez e Eliseo Alberto, na primeira edição, Manuel Vicent, Clara Sánchez, Elena Poniatowska, Tomás Eloy Martínez, Xavier Velasco, Laura Restrepo e as argentinas Graciela Montes e Ema Wolf.


In "Público"

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publicado às 21:33


#1245 - SINAIS DE FOGO - A obra-prima indispensável

por Carlos Pereira \foleirices, em 21.03.10


 


Numa iniciativa do Casino Figueira e da BABEL, realizar-se-á no sábado, 27 de Março, na cidade da Figueira da Foz, - cenário do romance “Sinais de Fogo” - uma homenagem a Jorge de Sena, uma das maiores figuras da literatura portuguesa do século XX , nos trinta anos da publicação (póstuma) desta obra-prima da ficção nacional.


"Ler Sinais de Fogo – Homenagem a Jorge de Sena" é como se intitula esta iniciativa que, para além da conferência inaugural de Jorge Vaz de Carvalho, autor da primeira tese de doutoramento sobre a obra “Sinais de Fogo”, reunirá, em dois Debates, seis professores universitários de Portugal e Espanha.


António Manuel Ferreira (Univ. Aveiro) Fernando Cabral Martins (Univ. Nova), Jorge Fazenda Lourenço (Univ. Católica), José Carlos Seabra Pereira (Univ. Coimbra), Margarida Braga Neves (Univ. Lisboa) e José Luís Garcia Martín (Univ. Oviedo – Espanha) participam numa reflexão sobre um romance fundamental para a compreensão da criação poética em Jorge de Sena e da cultura portuguesa no contexto dos conflitos sociais e políticos que fizeram a história dos anos 30, na Península Ibérica, tendo como pano de fundo a Guerra Civil de Espanha.


Haverá também leituras de excertos do romance pelo actor Luís Lucas e será exibido o filme “Sinais de Fogo” realizado por Luís Filipe Rocha em 1995, apresentado por Eugénia Vasques, professora e crítica de teatro, e Jorge Leitão Ramos, crítico de cinema do jornal “Expresso”. Na galeria do Casino, o fotógrafo Alfredo Cunha inaugurará a exposição “Sinais de Fogo na Figueira”.

Este evento conta com o apoio da Fundação José Saramago e do Instituto Cervantes de Lisboa. Chama a atenção dos portugueses, para uma obra essencial da cultura contemporânea recomendada, de resto, para leitura autónoma pelo Plano Nacional de Leitura e integrada como obra de referência no âmbito do Programa de Língua Portuguesa do Ensino Secundário.


Retirado do blog "Babel"

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publicado às 22:50


#1244 - Johnny Cash

por Carlos Pereira \foleirices, em 21.03.10

 

 

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publicado às 22:37

Vítor Aguiar e Silva é o primeiro vencedor do Grande Prémio Ensaio Eduardo Prado Coelho da Associação Portuguesa de Escritores pelo seu livro “Jorge de Sena e Camões - Trinta Anos de Amor e Melancolia”. A deliberação do júri teve resultado unânime.

In "Público"

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publicado às 22:11


#1242 - Dia Mundial da Poesia, Hoje

por Carlos Pereira \foleirices, em 21.03.10

OPIÁRIO

 

                      Ao Senhor Mario de Sá-Carneiro

 

É antes do ópio que a minh'alma é doente.

Sentir a vida convalesce e estióla

E eu vou buscar ao ópio que consóla

Um Oriente ao oriente do Oriente.

 

Esta vida de bórdo ha-de matar-me.

São dias só de febre na cabêça

E, por mais que procure até que adoêça,

Já não encontro a móla pra adaptar-me.

 

Em paradoxo e incompetência astral

Eu vivo a vincos d'ouro a minha vida,

Onda onde o pundunôr é uma descida

E os próprios gosos ganglios do meu mal.

 

É por um mecanismo de desastres,

Uma engrenagem com volantes falsos,

Que passo entre visões de cadafalsos

Num jardim onde ha flores no ar, sem hastes.

 

Vou cambaleando através do lavôr

Duma vida-interior de renda e láca.

Tenho a impressão de ter em casa a fáca

Com que foi degolado o Precursôr.

 

Ando expiando um crime numa mála,

Que um avô meu cometeu por requinte.

Tenho os nervos na fôrca, vinte a vinte,

E caí no ópio como numa vála.

 

Ao toque adormecido da morfina

Perco-me em transparências latejantes

E  numa noite cheia de brilhantes

Ergue-se a lua como a minha Sina.

 

Eu, que fui sempre um mau estudante, agora

Não faço mais que ver o navio ir

Pelo canal de Suez a conduzir

A minha vida, canfora na aurora.

 

Perdi os dias que já aproveitara.

Trabalhei para ter só o cansaço

Que é hoje em mim uma espécie de braço

Que ao meu pescôço me sufoca e ampara.

 

E fui criança como toda a gente.

Nasci numa província portuguêsa

E tenho conhecido gente inglêsa

Que diz que eu sei inglês perfeitamente.

 

Gostava de ter poêmas e novélas

Publicados por Plon e no Mercure,

Mas é impossível que esta vida dure.

Se nesta viagem nem houve procélas!

 

A vida a bórdo é uma coisa triste.

Embora a gente se divirta ás vezes.

Falo com alemães, suecos e inglêses

E a minha mágoa de viver persiste.

 

Eu acho que não vale a pena ter

Ido ao Oriente e visto a India e a China.

A terra é semelhante e pequenina

E ha só uma maneira de viver.

 

Porisso eu tomo ópio. É um remedio.

Sou um convalescente do Momento.

Móro no rés-do-chão do pensamento

E ver passar a Vida faz-me tédio.

 

Fumo. Canso.  Ah uma terra aonde, emfim,

Muito a leste não fosse o oeste já!

Pra que fui visitar a India que ha

Se nao ha India senão a alma em mim?

 

Sou desgraçado por meu morgadío.

Os ciganos roubaram minha Sorte.

Talvez nem mesmo encontre ao pé da morte

Um lugar que me abrigue do meu frio.

 

Eu fingi que estudei engenharia.

Vivi na Escóssia. Visitei a Irlanda.

Meu coração é uma avòzinha que anda

Pedindo esmóla ás portas da Alegria.

 

 

Não chegues a Port-Said, navio de ferro!

Volta á direita, nem eu sei para onde.

Passa os dias no smoking-room com o conde -

Um escroc francês, conde de fim de enterro.

 

Volto á Europa descontente, e em sortes

De vir a ser um poeta sonanbólico.

Eu sou manarquico mas não católico

E gostava de ser as coisas fortes.

 

Gostava de ter crenças e dinheiro,

Ser varia gente insipida que vi.

Hoje, afinal, não sou senão, aqui,

Num navio qualquer um passageiro.

 

Não tenho personalidade alguma.

É mais notado que eu êsse criado

De bórdo que tem um belo modo alçado

Do laird escossez ha dias em jejum.

 

Não posso estar  em parte alguma. A minha

Pátria é onde não estou. Sou doente e fraco.

O comissário de bórdo é velhaco

Viu-me co'a sueca... e o resto êle adivinha.

 

Um dia faço escândalo cá a bórdo,

Só para dar que falar de mim aos mais,

Não posso com a vida, e acho fatais

As iras com que ás vezes me debórdo.

 

Levo o dia a fumar, a beber coisas,

Drogas americanas que entontecem,

E eu já tão bêbado sem nada!  Déssem

Melhor cérebro aos meus nervos como rosas.

 

Escrevo estas linhas. Parece impossivel

Que mesmo ao ter talento eu mal o sinta!

O facto é que esta vida é uma quinta

Onde se aborrece uma alma sensível.

 

Os inglêses são feitos pra existir.

Não ha gente como esta pra estar fetia

Com a Tranquilidade. A gente deita

Um vintém e sai um dêles a sorrir.

 

Pertenço a um genero de portuguêses

Que depois de estar a India descoberta

Ficaram sem trabalho. A morte é certa.

Tenho pensado nisto muitas vêzes.

 

Leve o diabo a vida e a gente tê-la!

Nem leio o livro á minha cabeceira.

Enoja-me o Oriente. É uma esteira

Que a gente enróla e deixa de ser béla.

 

Caio no ópio por força. Lá querer

Que eu leve a limpo uma vida destas

Não se pode exigir. Almas honestas

Com horas pra dormir e pra comer.

 

Que um raio as parta! E isto afinal é inveja.

Porque estes nêrvos são a minha morte.

Não haver um navio que me transporte

Para onde eu nada queira que o não vêja!

 

Ora! Eu cansava-me do mesmo modo.

Qu'ria outro ópio mais forte pra ir de ali

Para sonhos que dessem cabo de mim

E pregassem comigo nalgum lôdo.

 

Febre! Se isto que tenho não é febre,

Não sei como é que se tem febre e sente.

O facto  essencial é que estou doente.

Está corrida, amigos, esta lebre.

 

Veio a noite. Tocou já a primeira

Corneta, pra vestir para o jantar.

Vida social por cima! Isso! E marchar

Até que a gente saia pla coleira!

 

Porque isto acaba mal e ha-de haver

(Olá!) sangue e um revólver lá pró fim

Dêste desassossego que ha em mim

E não ha forma de se resolver.

 

E quem me olhar, ha-de me achar banal.

A mim e á minha vida... Ora! um rapaz...

O meu proprio monóculo me faz

Pertencer a um tipo universal.

 

Ah quanta alma haverá, que eu ande metida

Assim como eu na Linha, e como eu mística!

Quantos sob a casaca carateristica

Não terão como eu o horrôr á vida?

 

Se ao menos eu por fora fôsse tão

Interessante como sou por dentro!

Vou no Maelstrom, cada vês mais pró centro.

Não fazer nada é a minha perdição.

 

Um inutil. Mas é tão justo sê-lo!

Pudesse a gente despresar os outros

E,  ainda que co'os cotovêlos rôtos,

Ser herói, doido, amaldiçoado ou bélo!

 

Tenho vontade de levar as mãos

Á boca e morder nélas fundo e a mal.

Era uma ocupação original

E distraía os outros, os tais sãos.

 

O absurdo como uma flôr da tal India

Que não vim encontrar na India, nasce

No meu cérebro farto de cansar-se.

A minha vida mude-a Deus ou finde-a...

 

Deixe-me estar aqui, nesta cadeira,

Até virem  meter-me no caixão.

Nasci pra mandarim de condição,

Mas faltam-me o sossego, o chá e a esteira.

 

Ah que bom que era ir daqui de caída

Prá cova por um alçapão de estouro!

A vida sabe-me a tabaco louro.

Nunca fiz mais do que fumar a vida.

 

E afinal o que quero é fé, é calma,

E não ter estas sensações confusas.

Deus que acabe com isto! Abra as eclusas -

E basta de comedias na minh'alma!

Opiário, uma composição de Alvaro de Campos publicada por Fernando Pessoa

e escrita em Março de 1914 No canal de Suês, a bordo.

 

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publicado às 19:49


#1241 - Picasso's Guernica

por Carlos Pereira \foleirices, em 15.03.10

 

 

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publicado às 22:01


#1240 - Rosa Amarela

por Carlos Pereira \foleirices, em 15.03.10

 

 

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publicado às 21:54


#1239 - Prémio Goncourt publicado em Abril

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.03.10

A Teorema lança no próximo mês o romance da escritora de origem senegalesa Marie NDiaye, primeira mulher a receber o Goncourt depois de 1998.

In Revista Ler

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publicado às 22:55


#1238 - Novo livro de Mário de Carvalho

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.03.10



De acordo com a editora (Caminho),  A Arte de Morrer Longe — «história do jovem casal Arnaldo e Bárbara, lisboetas, empregados de escritório, moradores num pequeno apartamento no Lumiar e que se encontram em processo de divórcio — chegará às livrarias na segunda quinzena de Abril.

 

In Revista Ler

 

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publicado às 22:50


#1237 - Yim YAMES "Love you to" (2009)

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.03.10

 

 

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publicado às 22:24


#1236 - The Clientele - Voices in the Mall

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.03.10

 

 

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publicado às 22:22


#1235 - John Foxx & Robin Guthrie - sunshower

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.03.10

 

 

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publicado às 22:12


#1234 - Robin Guthrie - Close My Eyes And Burn

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.03.10

 

 

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publicado às 22:08


#1233 - Sidsel Endresen & Bugge Wesseltoft

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.03.10

 

 

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publicado às 21:37


#1232 - Novo atelier de Paulo Neves

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.03.10

porta da fachada principal do atelier

 

Paulo Neves inaugurou, ontem, o seu novo atelier situado na Quinta Neves, Rua António Francisco das Neves, 64, em Cucujães.

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publicado às 21:17


#1231 - Leques e Quimonos - As obras de David de Almeida

por Carlos Pereira \foleirices, em 14.03.10




Foi inaugurada, ontem, uma exposição de pintura de David de Almeida na "Ao-Quadrado - Galeria de Arte Contemporânea", em Santa Maria da Feira.


David de Almeida nasceu no ano de 1945 em S. Pedro do Sul. Frequentou a Escola António Arroio, a Gravura-Cooperativa de Gravadores Portugueses, o Atelier 17 em Paris e a Goldsmiths University of London .


Participa regularmente em Feiras de Arte como a Artexpo - Nova Iorque, LA - Los Angeles, Estampa, Arte Madrid e Arco Madrid, Frankfurt, etc, e em Bienais Internacionais em S. Paulo, Ljubljana, Cracóvia, Paris, São Francisco e outras.

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publicado às 20:09


#1230 - Helena da Rocha Pereira recebe Prémio Vida Literária

por Carlos Pereira \foleirices, em 08.03.10



A escritora Helena da Rocha Pereira foi distinguida com o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, foi hoje anunciado.


In "Público"

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publicado às 11:53


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